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24 de janeiro de 2003
Red Wings vencem no reencontro dos gigantes

Por Marcelo Constantino

Graças a um erro crasso de Joe Sakic e Adam Foote, Brendan Shanahan marcou o gol da vitória do Detroit Red Wings por 4-2, num momento em que tudo indicava que o Colorado Avalanche viraria o placar.

Sakic tinha o disco na zona neutra e decidiu recuá-lo para Foote. Este estava saindo do gelo para uma troca de linha e, se tocasse no disco, fatalmente o banco seria penalizado por excesso de jogadores no rinque. O defensor preferiu seguir adiante e não tocar no disco, que sobrou para Shanahan, livre pela esquerda, chutar forte para o gol de Patrick Roy. Gol, 3-2, verdadeiro banho de água fria no time em plena reação.

Tivesse Foote prestado a atenção nas vantagens numéricas de ambos os times na partida, ele certamente preferiria tocar no disco e ser penalizado a deixar Shanahan sozinho. Em nenhuma das seis chances com um jogador de vantagem ocorridas na partida, três para cada lado, houve um real perigo de gol.

Era o 999º jogo da carreira de Roy, que precisava dar a volta por cima depois dos desastres ocorridos nas duas últimas partidas do time nos playoffs de 2002.

Do outro lado, Detroit entrou no gelo com Sean Avery e sem Luc Robitaille, "descansado" por Dave Lewis para a partida.

O jogo começou com relativa vantagem para os Red Wings. Maxim Kuznetsov entregou o disco de graça para os Avs na zona neutra, o que acabou numa chance de gol para Steven Reinprecht, que foi parado por Curtis Joseph. No contra-ataque, Chris Chelios encontrou Darren McCarty entrando quase livre pela direita no ataque. O Big Mc de Detroit esperou Kris Draper chegar na cara do gol para fazer o passe certeiro. Red Wings 1-0.

Até então, apenas Peter Forsberg dava algum incômodo e os campeões tinham o momentum ao lado. De qualquer forma, Joseph defendia todas as chances que os Avs tinham.

Três penalidades quase seguidas, uma cometida por Jason Woolley e as outras por Jeff Shantz e Alex Tanguay, propiciaram vantagens numéricas absolutamente inoperantes para ambos os times, como já dito. Até que, no fim do período, Mathieu Dandenault cometeu mais uma, dando tempo de vantagem numérica para os Avs no início da segunda etapa.

Logo depois da nulidade do time especial de Denver, Dandenault saiu do banco de penalidades e recebeu, pela esquerda, o disco de Kirk Maltby, num 2-contra-1. Ele mandou no canto direito de Roy, que aceitou.

Deste ponto em diante, os Red Wings sumiram do jogo e só deu Avalanche. Forsberg infernzava no ataque, eventualmente fazendo fila de Wings atrás dele. Os Avs, entretanto, não conseguiam passar por Joseph, apesar da pressão absoluta. Até que o Detroit começou a permitir uma série de 2-contra-1 e 3-contra-2 na sua defesa.

Num desses, Milan Hejduk perdeu uma chance com o gol praticamente vazio à sua frente, mas Forsberg capitalizou logo a seguir, encontrando espaço onde supostamente Joseph estava completamente fechado. O sueco veio lateralmente pela esquerda do goleiro, que estava grudado na trave e mandou o disco entre as pernas de CuJo. Ainda assim o disco entrou.

Se o domínio já era do Colorado, o momentum também passou definitivamente para o lado deles. Logo a seguir ao gol, CuJo fez quatro grandes defesas em chutes livres de atacantes dos Avs, que seguiram dominando até o fim do período.

Dan Hinote era um dos grandes batalhadores do time na partida, mas a linha de Forsberg-Sakic-Hejduk dominava as ações. Para marcá-la, Lewis colocava geralmente a grind line.

Veio o terceiro período e o jogo ficou mais equilibrado. Mas quem estava quente era o Colorado, que empatou a partida, numa bela triangulação entre Serge Aubin, Dean McAmmond e Hinote, que marcou o gol.

O momentum seguia com os Avs, embora o equilíbrio prevalecesse, até que veio o lance crucial da partida e o gol da vitória de Shanahan.

Dali em diante, os Avs seguiram pressionando com mais consistência que os Wings, que se preocupavam mais em fazer o disco rolar. Uma nova grande defesa de Joseph em chute de Sakic foi o ponto alto antes do gol de Shanahan na rede vazia.

Fim de jogo; os Avs não conseguem vencer uma partida em que dominaram as ações na maior parte do tempo e em que dispararam muito mais tacadas a gol que o adversário.

...

A partida foi transmitida pela ESPN na madrugada de quinta para sexta-feira. Para quem não assiste com freqüência, vale a nota: a emissora elegeu um jogador de golfe como "atleta da semana". É caso perdido.

CRESCENDO EM GRANDES JOGOS Curtis Joseph fez uma de suas melhores partidas com a camisa dos Red Wings. Aqui ele faz uma uma de suas 36 defesas, durante o primeiro período da partida (AP - 16/01/2003)
 
Detroit Red Wings 1 1 2 4
Colorado Avalanche 0 1 1 2

PRIMEIRO PERÍODO -- Gols: 1, Detroit, Kris Draper 6 (Darren Mccarty, Chris Chelios), 4:01. Penalidades: K Maltby, Det (holding), 4:08; D Mcammond, Col (roughing), 4:08; J Woolley, Det (holding stick), 9:22; J Shantz, Col (hooking), 12:52; A Tanguay, Col (tripping), 14:56; M Dandenault, Det (tripping), 18:50.

SEGUNDO PERÍODO -- Gols: 2, Detroit, Mathieu Dandenault 1 (Kirk Maltby, Nicklas Lidstrom), 1:11. 3, Colorado, Peter Forsberg 15 (Greg De Vries, Joe Sakic), 14:37. Penalidades: S Aubin, Col (boarding), 5:34; C Chelios, Det (roughing), 20:00.

TERCEIRO PERÍODO -- Gols: 4, Colorado, Dan Hinote 5 (Serge Aubin, Dean Mcammond), 4:02. 5, Detroit, Brendan Shanahan 15 (sem assistência), 12:42. 6, Detroit, Brendan Shanahan 16 (rede vazia) (Brett Hull), 18:54.
Detroit Red Wings 9 4 10 23
Colorado Avalanche 10 16 12 38

Vantagem numérica: DET - 0 de 3, COL - 0 de 3. Goleiros: Detroit, Curtis Joseph (38 chutes, 36 defesas; campanha: 19-10-5). Colorado, Patrick Roy (22, 19; campanha: 13-11-9). Público: 18.007. Árbitros: Paul Devorski, Shane Heyer. Assistentes de linha: Mark Wheler, Wayne Bonney.

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Página publicada em 22 de janeiro de 2003.