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10 de janeiro de 2003
A primeira metade que eu vi

Por Alexandre Giesbrecht

Chegamos à metade da temporada regular da NHL na data de publicação desta revista on-line. E ninguém ainda conseguiu chegar a uma conclusão definitiva se o maior rigor com a obstrução, talvez a maior característica desta temporada, está funcionando ou não.

O número de penalidades até aumentou, e os jogadores parecem mais alertas quanto à pressão de deixar os adversários patinar livremente. E a média de gols por jogo cresceu ligeiramente, de 5,24 na temporada passada para 5,33 nesta metade de temporada. Como os jogos andam mais curtos e menos jogos estão sendo transmitidos (para os EUA também, pasmem!), o dano à imagem recente da NHL como liga do sono é mínimo.

Vou dar uma recapitulada no que mais chamou a atenção nestes últimos três meses.

Melhor time: Sem dúvida alguma, os Stars. Aparentemente, não falta nada a eles, como bem cita Humberto Fernandes em seu artigo nesta edição, e eles ainda têm os números ao seu lado: o time com a melhor campanha em casa na temporada regular acabou como campeão da Stanley Cup nos últimos quatro anos. O Dallas tem uma campanha de 12-1-3-1 em casa. Vale uma menção honrosa para os Canucks, que têm disputado palmo a palmo a liderança da Conferência Oeste com os Stars.

Pior time: Sem dúvida alguma, os Sabres. E eles nem podem citar como desculpa os tumultos fora do gelo, já que ainda (ainda!) não tiveram nenhum salário atrasado. Isso sem falar que o time ainda conta com 15 jogadores do elenco que, há apenas duas temporadas, esteve a pouco mais de um minuto das finais da Conferência Leste.

Melhor atacante: Por favor... Olhe a tabela de artilheiros.

Pior atacante: Um empate difícil de ser quebrado, entre os dois únicos poloneses da liga. Os Rangers mandaram Krzysztof Oliwa para a Desistência depois de nove jogos, e os Canadiens fizeram o mesmo com Mariusz Czerkawski depois de 25. Agora, Oliwa recebe US$ 850 mil e Czerkawski, US$ 2,6 milhões para jogar na AHL.

Melhor zagueiro: Al MacInnis tem jogado muito pelos Blues. Ele tem dado segurança a uma zaga que se esperava que ficasse perdida sem Chris Pronger. Menção honrosa para Dick Tarnström, conseguido pelos Penguins na desistência, e que liderava os defensores da liga até se contundir, há pouco mais de um mês (ler mais sobre ele abaixo).

Pior zagueiro: Quem me conhece sabe como dói escrever isso, mas dói menos de saber que hoje ele está nos Rangers: Darius Kasparaitis. Dos 265 jogadores que pisaram no gelo da NHL como zagueiros nesta temporada, ele está em 262.º, com mais/menos de -15. O que será que passa na cabeça da torcida, que sabe que ele tem um contrato de seis anos, a US$ 25,5 milhões?

Melhor goleiro: Marty Turco, dos Stars. Se ele mantiver a média de 1,70 gol sofrido que tem até agora, esta será a melhor marca desde Dave Kerr, com os Rangers de 1939-40. Menção honrosa para Eddie Belfour, que saiu dos Stars e foi brilhar em Toronto. Não fosse por isso, este parágrafo poderia terminar com um retumbante "Eddie who?".

Pior goleiro: Milan Hnilicka, dos Thrashers. Levar um touchdown por jogo só é bom se você for uma defesa de futebol americano.

Melhor técnico: Jacques Lemaire, do Wild. Ele vai acabar levando o troféu Jack Adams por levar um time que ainda não fez três anos aos playoffs do concorrido Oeste.

Pior técnico: Lindy Ruff, dos Sabres. Mesmo com os 15 jogadores de 2000-01 citados acima, ele não tem chegado sequer perto de conseguir bons resultados.

Melhor estatística: Os Penguins têm campanha de 13-5-3-3 com Dick Tarsntröm jogando, e 15-3-2-2 com Shean Donovan. E ambos vieram por meio da Desistência.

Pior estatística: Os Devils ganharam dez jogos em que marcaram dois gols ou menos.

Melhor momento: O gol de face-off de Mario Lemieux, contra os Sabres, no dia 23 de dezembro. Realmente, só foi preciso de um momento para criar este momento.

Pior momento:
Jeremy Roenick, dos Flyers, dando um golpe baixo em seu companheiro de seleção americana e suposto amigo Mike Modano, dos Stars. Por trás, ainda por cima.

Melhor incidente com a mídia: Lemieux, cercado por mais de duas dúzias de jornalistas em Toronto, há três semanas, respondendo a três perguntas sobre o impacto da ausência de Dick Tarnström, antes de responder a uma sobre si mesmo.

Pior incidente com a mídia: Um repórter de rádio em Columbus, depois de encerrar uma entrevista com Lemieux na terça-feira da semana passada, virou para outro membro da imprensa e perguntou "quem era aquele?".

Melhor retorno: Os retornos de Lemieux ainda valem?

Pior retorno: Em quantas cidades mais ainda vão tentar dar o "golpe do Alexandre Daigle"?

Melhor jogada de RH: A assinatura de contrato com Bill Guerin por parte dos Stars. O contrato de cinco anos, a US$ 45 milhões, prova que nem todas as transações espertas têm de ser barganhas. Guerin tem cumprido o prometido, marcando, em média, um gol a cada dois jogos e ajudando os Stars a recuperar o status de time de elite.

Pior jogada de RH: Os Penguins ainda vão se arrepender de não ter renovado o contrato de Alexei Kovalev nas últimas férias. Não importa quanto ele estava pedindo à época: o preço certamente não vai diminuir com o seu ritmo atual, que deve bater seus recordes na carreira.

Melhor frase: Eric Lindros, dos Rangers, sobre os boatos a respeito de sua troca ("Só vou ficar preocupado se quiserem me mandar de volta para a Philadelphia.").

Pior frase: Pat Burns, técnico dos Devils ("Por que vocês estão tão preocupados com gols? Estamos ganhando os jogos!").

Alexandre Giesbrecht, publicitário, está a menos de uma semana de suas sonhadas férias — não da Slot BR, é claro.
 
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Página publicada em 8 de janeiro de 2003.