Por
Alexandre Giesbrecht
Chegamos à metade da temporada regular da NHL na data de publicação
desta revista on-line. E ninguém ainda conseguiu chegar a uma
conclusão definitiva se o maior rigor com a obstrução,
talvez a maior característica desta temporada, está funcionando
ou não.
O número de penalidades até aumentou, e os jogadores parecem
mais alertas quanto à pressão de deixar os adversários
patinar livremente. E a média de gols por jogo cresceu ligeiramente,
de 5,24 na temporada passada para 5,33 nesta metade de temporada. Como
os jogos andam mais curtos e menos jogos estão sendo transmitidos
(para os EUA também, pasmem!), o dano à imagem recente
da NHL como liga do sono é mínimo.
Vou dar uma recapitulada no que mais chamou a atenção
nestes últimos três meses.
Melhor time: Sem dúvida alguma, os Stars. Aparentemente,
não falta nada a eles, como bem cita Humberto
Fernandes em seu artigo nesta edição, e eles ainda
têm os números ao seu lado: o time com a melhor campanha
em casa na temporada regular acabou como campeão da Stanley Cup
nos últimos quatro anos. O Dallas tem uma campanha de 12-1-3-1
em casa. Vale uma menção honrosa para os Canucks, que
têm disputado palmo a palmo a liderança da Conferência
Oeste com os Stars.
Pior time: Sem dúvida alguma, os Sabres. E eles nem podem
citar como desculpa os tumultos fora do gelo, já que ainda (ainda!)
não tiveram nenhum salário atrasado. Isso sem falar que
o time ainda conta com 15 jogadores do elenco que, há apenas
duas temporadas, esteve a pouco mais de um minuto das finais da Conferência
Leste.
Melhor atacante: Por favor... Olhe a tabela de artilheiros.
Pior atacante: Um empate difícil de ser quebrado, entre
os dois únicos poloneses da liga. Os Rangers mandaram Krzysztof
Oliwa para a Desistência depois de nove jogos, e os Canadiens
fizeram o mesmo com Mariusz Czerkawski depois de 25. Agora, Oliwa recebe
US$ 850 mil e Czerkawski, US$ 2,6 milhões para jogar na AHL.
Melhor zagueiro: Al MacInnis tem jogado muito pelos Blues. Ele
tem dado segurança a uma zaga que se esperava que ficasse perdida
sem Chris Pronger. Menção honrosa para Dick Tarnström,
conseguido pelos Penguins na desistência, e que liderava os defensores
da liga até se contundir, há pouco mais de um mês
(ler mais sobre ele abaixo).
Pior zagueiro: Quem me conhece sabe como dói escrever
isso, mas dói menos de saber que hoje ele está nos Rangers:
Darius Kasparaitis. Dos 265 jogadores que pisaram no gelo da NHL como
zagueiros nesta temporada, ele está em 262.º, com mais/menos
de -15. O que será que passa na cabeça da torcida, que
sabe que ele tem um contrato de seis anos, a US$ 25,5 milhões?
Melhor goleiro: Marty Turco, dos Stars. Se ele mantiver a média
de 1,70 gol sofrido que tem até agora, esta será a melhor
marca desde Dave Kerr, com os Rangers de 1939-40. Menção
honrosa para Eddie Belfour, que saiu dos Stars e foi brilhar em Toronto.
Não fosse por isso, este parágrafo poderia terminar com
um retumbante "Eddie who?".
Pior goleiro: Milan Hnilicka, dos Thrashers. Levar um touchdown
por jogo só é bom se você for uma defesa de futebol
americano.
Melhor técnico: Jacques Lemaire, do Wild. Ele vai acabar
levando o troféu Jack Adams por levar um time que ainda não
fez três anos aos playoffs do concorrido Oeste.
Pior técnico: Lindy Ruff, dos Sabres. Mesmo com os 15
jogadores de 2000-01 citados acima, ele não tem chegado sequer
perto de conseguir bons resultados.
Melhor estatística: Os Penguins têm campanha de
13-5-3-3 com Dick Tarsntröm jogando, e 15-3-2-2 com Shean Donovan.
E ambos vieram por meio da Desistência.
Pior estatística: Os Devils ganharam dez jogos em que
marcaram dois gols ou menos.
Melhor momento: O gol de face-off de Mario Lemieux, contra os
Sabres, no dia 23 de dezembro. Realmente, só foi preciso de um
momento para criar este momento.
Pior momento: Jeremy Roenick, dos Flyers, dando um golpe baixo em
seu companheiro de seleção americana e suposto amigo Mike
Modano, dos Stars. Por trás, ainda por cima.
Melhor incidente com a mídia: Lemieux, cercado por mais
de duas dúzias de jornalistas em Toronto, há três
semanas, respondendo a três perguntas sobre o impacto da ausência
de Dick Tarnström, antes de responder a uma sobre si mesmo.
Pior incidente com a mídia: Um repórter de rádio
em Columbus, depois de encerrar uma entrevista com Lemieux na terça-feira
da semana passada, virou para outro membro da imprensa e perguntou "quem
era aquele?".
Melhor retorno: Os retornos de Lemieux ainda valem?
Pior retorno: Em quantas cidades mais ainda vão tentar
dar o "golpe do Alexandre Daigle"?
Melhor jogada de RH: A assinatura de contrato com Bill Guerin
por parte dos Stars. O contrato de cinco anos, a US$ 45 milhões,
prova que nem todas as transações espertas têm de
ser barganhas. Guerin tem cumprido o prometido, marcando, em média,
um gol a cada dois jogos e ajudando os Stars a recuperar o status de
time de elite.
Pior jogada de RH: Os Penguins ainda vão se arrepender
de não ter renovado o contrato de Alexei Kovalev nas últimas
férias. Não importa quanto ele estava pedindo à
época: o preço certamente não vai diminuir com
o seu ritmo atual, que deve bater seus recordes na carreira.
Melhor frase: Eric Lindros, dos Rangers, sobre os boatos a respeito
de sua troca ("Só vou ficar preocupado se quiserem me mandar
de volta para a Philadelphia.").
Pior frase: Pat Burns, técnico dos Devils ("Por que
vocês estão tão preocupados com gols? Estamos ganhando
os jogos!").
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Alexandre Giesbrecht, publicitário, está a menos
de uma semana de suas sonhadas férias não da
Slot BR, é claro. |
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