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10 de janeiro de 2003
Tacadas diversas

Por Marcelo Constantino

Quem leu meu artigo na semana passada sobre Ed Belfour pôde comprovar a excelência do goleiro neste último sábado, quando foi o maior dos responsáveis pela vitória do Toronto Maple Leafs sobre o New Jersey Devils pelo magro placar de 2-1. O motivo? Inacreditáveis e absurdas 50 defesas. Uma partida digna de se colocar o goleiro definitivamente nas pré-listas para o Vezina desta temporada. No mínimo, porque os alucinados de Toronto já começam até a falar em Hart para ele.

No jogo, os Leafs foram absolutamente dominados pelos Devils, de ponta a ponta. Desfalcado de Mats Sundin, Nick Antropov, Michael Renberg, Shane Corson e Karel Pilar, o Toronto conseguiu dar apenas 19 chutes a gol, suficientes para vencer Martin Brodeur por duas vezes. Mas, para garantir a vitória, foi necessário Belfour. Aliás, o jogo foi praticamente Devils x Belfour. É uma das mais claras atuações recentes de um goleiro que ganhou uma partida perdida para o seu time. Todo o time admitiu que merecia ter perdido. Claro, não fosse Eddie no gol.

Saudades de CuJo? É bem verdade que Curtis Joseph melhorou sua performance com o Detroit Red Wings, mas nada comparável ao que se assiste em Toronto.

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No mesmo artigo da semana passada, citei que Jean Sebastian Guigere, do Anaheim Mighty Ducks, era um dos líderes em shutouts nesta temporada, com cinco. Recentemente, no meio de dezembro de 2002, ele conseguiu um feito histórico: ficou mais de 237 minutos sem levar um gol sequer, até que Al MacInnis acabasse com a festa.

Nesse espaço, o Anaheim venceu Nashville (3-0), Washington (3-0) e Pittsburgh (5-0), e vencia o St. Louis por 4-0 até os 16:52 do segundo período. É a terceira maior seqüência sem levar gols da história da liga. As outras duas datam de 1949 e 1950.

Guigere agora é alguém.

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Voltando aos Red Wings: na virada do ano eles lideravam a NHL, a despeito de uma série de contusões de jogadores de importância inequívoca. O capitão Steve Yzerman está fora desde o início, e nem mesmo é garantido que ele volte a jogar; o jovem defensor Jiri Fischer está no meio de uma grave contusão; Pavel Datsuyk está prestes a voltar de outra; Chris Chelios volta e meia tem consulta médica; o novato Jesse Wallin quebrou quando ia assumir uma vaga na defesa; Mathieu Dandenault ficou um tempo fora... Não chega a ser um hospital ambulante do tamanho dos Penguins, mas há cinco titulares dentre os citados acima, e um deles se chama Yzerman.

Essa quantidade de jovens atuando no time profissional não era vista desde o início da década de 90, e o time segue bem desta forma. Os novatos Henrik Zetterberg e Dmitri Bykov já atuam regularmente e dificilmente não serão parte integrante do time principal nos playoffs. São eles que vêm assegurando a já conhecida incrível profundidade do time.

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Vocês se lembram de Valeri Kamensky? Grande jogador da seleção russa do início da década de 90, formava a linha de vantagem numérica mais poderosa que eu já vi, com Peter Forsberg, Joe Sakic, Sandis Ozolinsh e o homem-tartaruga Claude Lemieux no Colorado, até 1997. Foi campeão pelos Avs em 1996 e meteu um hat trick no Blood bath. Difícil esquecer.

Mais tarde, com passe livre, assinou um contrato milionário com o New York Rangers e virou quase um símbolo do desperdício que começava naquela época. Depois passou por Dallas e New Jersey. Declínio total em cada time que passou. Semanas atrás veio à minha cabeça: por onde anda Valeri Kamensky?

O amigo Alexandre Ribeiro Silva pesquisou, e o máximo que achou foi a informação de que ele estaria assinando com o Metallurg Magnitogorsk, da Rússia, notícia não confirmada. Certo é que ele tem passe livre na NHL e ninguém o quer.

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Até aqui não haveria muita escapatória: Hart para Mario Lemieux, Norris para Nicklas Lidstrom e Vezina para Ed Belfour. Para o Calder seria divertido. O Jack Adams seria disputado.

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Os dois maiores absurdos desta temporada, se levarmos em conta as previsões de início e o que assistimos em 2001-02: a campanha do San Jose Sharks e a quantidade de gols de Jarome Iginla.

Marcelo Constantino ainda não consegue parar de ouvir "All that you can't leave behind", do U2.
SAUDADES DE CuJo? Que nada: Belfour vem fazendo o serviço em Toronto (Andrew Wallace/Reuters - 04/01/2003)
 
VENCENDO Igor Larionov (8) e Jason Woolley celebram a vitória do Detroit na prorrogação, com gol marcado pelo próprio Wolley, na partida de domingo contra o Chicago. O placar manteve os Wings próximos aos líderes da NHL (Stephen J. Carrera/AP - 05/01/2003)
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Página publicada em 8 de janeiro de 2003.