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27 de novembro de 2002
Homem-Aranha e Bob Probert fora de ação

Por Humberto Fernandes

A nova arma de Crawford: Homem-Aranha -- O Detroit Red Wings fez sua primeira visita a Vancouver desde os playoffs da última temporada e foi surrado pelo adversário.

Você se lembra daquela série de primeira rodada contra os Canucks? Eles abriram 2-0 em Detroit e assustaram todo mundo, mas se desmoronaram e perderam quatro jogos seguidos, incluindo todos os três realizados no General Motors Place.

Alguns fãs de Vancouver não foram bons anfitriões — para o padrão deles —, vaiando a bandeira norte-americana e tudo que acontecia. Aparentemente, alguns malucos ainda vão aos jogos dos Canucks. Até serem pegos, evidentemente.

Há duas semanas, durante uma vitória por 6-3 em cima do St. Louis Blues, um torcedor tentou escalar a rede de segurança em um dos lados do rinque.

Alguém da imprensa de Vancouver o chamou de Homem-Aranha, mas os Canucks não se divertiram com outro exemplo do crescimento da má conduta dos fãs na América do Norte.

"Aquele sujeito poderia ter caído e morrido", disse Dave Cobb, um dos principais executivos do time, à imprensa canadense. "Ele poderia ter caído em alguém. Ele poderia ter derrubado toda a rede. Foi muito perigoso".

Cobb ainda disse que o torcedor causou um prejuízo de milhares de dólares para a rede e será cobrado por isto. Por fim, foi banido da arena.

O colunista Ed Willes, do jornal The Province, comentou sobre o incidente: "Você está desfrutando de um grande jogo de hóquei, está concentrado na ação, então você percebe que todos no GM Place estão assistindo a algum idiota tentando escalar a rede de segurança atrás do gol dos Canucks.

"De fato, chamá-lo de idiota é uma ofensa a outros idiotas. Ele é parte de uma nova raça de super-idiotas. Ele escala a rede. Por um momento assustador, parece que ele vai cair no gelo. Então ele é capturado de cabeça pra baixo na rede.

"A melhor coisa naquele momento seria deixá-lo pendurado lá, como advertência aos outros. Mas não. Ele desce. A segurança imediatamente o imobiliza. O público vaia e atira lixo neles."

Probert pendura os patins e talvez as luvas -- Ele pode ter se aposentado, ou talvez apenas iniciado a aposentadoria, mas, pelo restante da temporada, o intimidador Bob Probert estará fora do gelo, ingressando na equipe da rádio do Chicago Blackhawks, como analista de estúdio.

Seu primeiro jogo na nova função foi há uma semana, quando os Blackhawks bateram o Nashville Predators por 4-2.

"Se as coisas foram bem neste ano, quem sabe o que pode acontecer no próximo e nos outros? Se as coisas foram bem no campo da mídia, eu poderei estar presente por mais que o resto do ano", declarou o jogador ao jornal Chicago Tribune.

Conhecido principalmente por suas brigas — é o quarto colocado na história da NHL, com 3.300 minutos de penalidade —, Probie jogou por 16 anos, sendo os primeiros nove com os Wings, ao lado de Joe Kocur, marcando 163 gols e 384 pontos em 935 jogos na carreira.

Por sinal, Kocur inicia uma discussão: Probert deveria ser o primeiro intimidador no Salão da Fama? "Eu iniciarei a petição", disse ele. "Ele era o número 1. Pergunte a qualquer um". Kocur e Dave Lewis lembram-se como Probert entrava com calma em brigas, apenas esquivando-se e ajustando seu capacete. "Ele deixava o adversário se cansar e então partia para cima", disse Kocur.

Na situação em que se encontra a liga, transformando nítidas brigas em simples empurrões no momento de penalizar, é difícil imaginar um intimidador sendo eternizado no Salão da Fama.

Agentes livres -- Qual equipe fez a melhor aquisição no mercado de agentes livres? Os Stars (Bill Guerin)? Os Red Wings (Curtis Joseph)? Os Rangers (Darius Kasparaitis e Bobby Holik)? Não. Nenhum deles. E a maioria dos jogadores citados acima está decepcionando.

Acreditem ou não, o Columbus Blue Jackets tem o melhor agente livre até o momento: Andrew Cassels. Seus 23 pontos são a principal razão para a equipe flertar com a marca de 50% de aproveitamento na temporada.

Outros jogadores que estão justificando os esforços de suas novas equipes no mercado: Martin Gelinas (Flames), Ulf Dahlen (Stars) e Robert Lang (Capitals).

Surpresas e decepções -- Alguém já ouviu falar em Martin St. Louis? Eu o conhecia apenas como um sujeito que atua em Tampa Bay, no péssimo Lightning.

Péssimo? Se os playoffs começassem hoje, ele estaria na segunda posição do Leste, ascendendo brilhantemente após ficar entre os últimos na temporada passada. O Lightning está ganhando de bons times regularmente. Ele é de verdade.

Paralelamente, o prêmio de maior decepção até o momento poderia ser dividido entre vários jogadores do NY Rangers: Eric Lindros, Kasparaitis e Holik.

Lindros demonstrou que pode jogar normalmente, após atuar em 72 jogos na temporada passada, marcando 73 pontos. Permanece saudável, mas seus números estão condenados. Três gols e nove pontos em 22 jogos não são suficientes.

Kasparaitis, superfaturado, tem quatro assistências em 23 jogos. Isto não é ruim! Mantendo a média, terá sua quarta melhor temporada em pontos, com 14. E, se esta média for estendida ao +/-, ele atingirá sonoros -35! Tudo bem que o time dos Rangers é uma piada, mas Kasparaitis é um ex-jogador em atividade.

Quanto a Holik, outro superfaturado, contusões o limitaram a apenas dez jogos até agora. Os Rangers nem sentem sua falta, já que, quando esteve no gelo, nunca produziu o esperado.

Humberto Fernandes não tinha um grande tema para sua coluna desta semana; optou por misturar curiosidades da atualidade.
PARA O SALÃO DA FAMA? Probert: um antigo guerreiro com sua antiga camisa (Arquivo The Slot BR)
 
SURPRESA! Trocar os Canucks pelos Blue Jackets não deveria ser um bom negócio, mas Cassels não tem do que reclamar (L. M. Otero/AP - 17/11/2002)
 
FRUSTRAÇÃO Kasparaitis não tem feito muito além de observar os outros times marcarem (Ed Bailey/AP - 23/11/2002)
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Página publicada em 25 de novembro de 2002.