|  Por 
          Alexandre Giesbrecht 
 Foi reportado recentemente que a East Coast Hockey League (ECHL, ou 
          Liga de Hóquei da Costa Leste) pretende se expandir, chegando 
          a 40 membros  sim, quarenta  na próxima temporada. 
          Esse assunto traz à tona uma série de perguntas. À 
          primeira vista, parece uma atitude razoável, já que a 
          ECHL vai absorver sete franquias da West Coast Hockey League (WCHL, 
          ou Liga de Hóquei da Costa Oeste), além de dois novos 
          clubes da mesma liga.
 
 Some isso aos 27 clubes existentes na ECHL nesta temporada, mais times 
          de expansão em Beaumont (Texas) e Gwinett County (Geórgia) 
          para 2003-04, e duas franquias dormentes, e você tem uma liga 
          com 40 membros cobrindo quase todos os Estados Unidos.
 
 Virão da WCHL Anchorage Aces, Bakersfield Condors, Fresno Falcons, 
          Idaho Steelheads, Las Vegas Wranglers, Long Beach Ice Dogs e San Diego 
          Gulls, para 2003-04. Novas franquias em Ontário (Califórnia) 
          e Reno (Nevada) devem começar a operar em 2004-05.
 
 "A ECHL orgulhosamente dá as boas vindas aos novos membro 
          da liga", diz Richard Adams, presidente e CEO da ECHL. "Os 
          membros têm bases sólidas e jogam em excelentes mercados, 
          com bons números de apoio de torcida. Esta expansão dá 
          à ECHL uma presença nacional, fortalecendo a posição 
          da ECHL como a maior liga de desenvolvimento do hóquei profissional".
 
 Imagino o que a American Hockey League, a principal liga de desenvolvimento 
          para a NHL, pensa sobre esta última afirmação. 
          Esqueça por um instante a ótica peculiar de uma liga que 
          se auto-denomina da costa Leste tendo times na costa oeste (a ECHL não 
          pensa em mudar de nome). A maior preocupação é 
          que não é difícil prever um conflito, daqui a dois 
          ou três anos, entre a AHL e a ECHL.
 
 Depois de se expandir para um número de times maior que o da 
          AHL, será que a ECHL vai continuar aceitando de bom grado o papel 
          de liga de desenvolvimento secundário? Ou será que ela 
          irá tentar desafiar o status da AHL, criando um cenário 
          similar ao que tínhamos antes, com a rivalidade entre a AHL e 
          a IHL, a finada International Hockey League?
 
 Se você tem alguma dúvida se tal igualidade vai ser boa 
          para o hóquei profissional em longo prazo, basta ver que Doug 
          Moss, o último presidente (1998-2001) da IHL em pessoa, e que 
          hoje é Vice-Presidente de Negócios do Anaheim Mighty Ducks, 
          condena esse cenário: "No início dos anos 90, a coisa 
          saiu dos trilhos. (A liga) tentou ser algo que não era. Tentou 
          praticamente ser uma outra NHL, e ela nunca iria ser outra NHL".
 
 O lado positivo desta história é que, ao contrário 
          da IHL, a ECHL não parece ter planos de virar as costas para 
          a NHL. Moss acredita que não dá para se ter duas ligas 
          de desenvolvimento no nível atual da AHL, que acabou absorvendo 
          alguns dos times da IHL quando do fim desta.
 
 Se a ECHL e, principalmente, os donos de times ligados a ela souberem 
          aceitar o papel que têm hoje, o cenário pode até 
          vir a ser o ideal. Mas é difícil imaginar isso. Se a NHL 
          já tem críticos de seu tamanho, com 30 times, imagine 
          duas ligas de desenvolvimento que, juntas, somam 68 times...
 
           
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            | Alexandre Giesbrecht, publicitário, participa de outra 
              revista semanal, a Futebol 
              Expresso, que, ao contrário (infelizmente) da Slot BR, 
              é impressa. |  |  |