24 de abril de 2002
Giesbrecht: O goleiro dominador da série não mora em Detroit

Por Alexandre Giesbrecht

Esta série de playoffs começou com um goleiro cuja missão é ganhar a Stanley Cup contra outro cujo objetivo era experimentar o gosto de sua primeira vitória em pós-temporadas. Dan Cloutier não era nem o melhor goleiro do Vancouver Canucks até esta temporada. Agora ele está jogando muito melhor do que seu rival Dominik Hasek, do Detroit Red Wings, que está rapidamente manchando sua reputação como melhor goleiro do planeta.

Cloutier fez 34 defesas na sexta-feira, algumas brilhantes, na vitória dos Canucks por 5-2 sobre os Red Wings, construindo uma vantagem de 2-0 fora de casa nestas quartas-de-final de conferência. Os Wings perderam, apesar de dar mais chutes, 36-20, incluindo 24-10 nos dois primeiros períodos. Hasek pareceu fraco nos primeiros dois gols do Vancouver. Cloutier pareceu invencível.

"Ele é o motivo por que ganhamos esses dois jogos", reconhece Brendan Morrison. "Não teríamos ganho o jogo 1 sem ele nem o jogo 2. Ele não era uma arma secreta para nós; este é o jeito que [Cloutier] tem jogado no último mês. Ele tem sido fenomenal o ano inteiro, dando-nos a chance de ganhar jogos e isso anima o elenco inteiro".

A dois dias de seu 26.º aniversário, Cloutier conseguiu suas duas primeiras vitórias em playoffs. Elas vieram em um dos estádios mais hostis da liga e contra aquele que deveria ser o melhor time do hóquei.

"No aquecimento, você olha para o gelo e vê todos esses caras [as estrelas dos Wings] patinando por aí", confessa Cloutier. "Eles têm tanto poder ofensivo e o melhor goleiro da liga, mas, quando o jogo começa, você não se lembra disso; você só joga".

Sim, claro.

Você estica no gelo sua perna direita para trás para impedir o chute de Chris Chelios num rebote. Você pega uma bomba de Sergei Fedorov que vinha mais rápido que a luz -- tudo bem, vai, mais rápido que o som. Você rouba uma chance de Luc Robitaille de entre os círculos, com os Wings atrás, 3-2, e pressionando atrás do gol de empate no final do jogo.

"Acho que existe muita motivação nesse cara de que não temos nem idéia", conta o treinado de goleiros ds Canucks, Andy Moog. "Uma escolha alta no recrutamento, depois três ou quatro anos com gente questionando sua habilidade, desafiando-o a seu um jogador melhor. Acho que ele usa isso como motivação". "Ele acredita em si mesmo e está lá para provar a todo mundo que ele pode jogar neste nível", completa.

Cloutier já parou 66 dos 71 chutes, com uma média de defesas de 91,5%. Hasek sofreu oito gols em 45 chutes, uma média de 82,2%. Hasek cuspiu o rebote do chute forte de Morrison dando a Todd Bertuzzi a oportunidade de dar uma pancadinha no disco para fazer 1-0, aos 10:14 do primeiro período, e depois deixou o desvio de Andrew Cassels, a quase dez metro de distância, passar por entre suas pernas no segundo gol, aos 7:08 do segundo.

"Não estávamos brincando ao dizer que estávamos confiantes", diz Trevor Letowski. "É muito empolgante ganhar dois jogos neste prédio; isso fala muito a respeito do seu time. Mas sabemos que isso está longe de acabar. Temos de nos concentrar no jogo 3".

Para evitar ser eliminados com sua folha de pagamento de US$ 65 milhões na primeira rodada, os Wings precisam vencer quatro de seus próximos cinco jogos. Os Canucks não perderam nenhum dos últimos 11.

Alexandre Giesbrecht, publicitário, escreveu esta coluna antes do jogo 3, que já deverá ter acontecido quando você a ler. E ainda pensa em uma forma de homenagear o vocalista do Alice In Chains, Layne Staley.
DOMINADOR? Dan Cloutier esteve melhor do que Dominik Hasek nos dois primeiros jogos da série (John C. Hillery/Reuters - 17/04/2002)
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Página publicada em 22 de abril de 2002.