Por Marcelo Constantino

Praticamente nada acontece na NHL hoje em dia, nem mesmo o que era de se esperar diante de um impasse entre uma negociação entre sindicatos: reuniões periódicas. Não tem havido, o clima não é nada cordial para conversas e negociações. Ambos os lados parecem certos da razão, ambos os lados acham que o outro é que deve oferecer uma nova alternativa, ambos os lados não estão dispostos a ceder no que consideram essencial. Ou seja, nada avança.

A questão central, claro, é dinheiro. Em resumo, de um lado a NHL (o sindicato dos times) quer porque quer um teto orçamentário para os times, assumindo na prática que a concorrência selvagem está destruindo financeiramente as franquias, do outro a NHLPA (o sindicato dos jogadores) não aceita teto e argumenta que o livre mercado é o melhor regulador. E que, claro, ninguém obrigou os gerentes a pagarem as quantias que eles pagam aos jogadores.

Todos concordam com a questão central, que assistimos na NHL uma escalada salarial de proporções exponenciais na última década. Até mesmo os jogadores admitem isso. Todos concordam também que foram os clubes que proporcionaram essa escalada, os jogadores não têm o poder de determinar aos gerentes o quanto vão receber. Diante da concordância geral, o impasse reside na solução.

Já discuti esta questão meses atrás e minha opinião quanto ao que deverá acontecer não mudou de lá pra cá. Haverá algum tipo de teto orçamentário. Ambos os lados tem sua dose de razão e ambos os lados perdem progressivamente enquanto permanecer o locaute. Porque quem mais perde mesmo somos todos nós, torcedores do hóquei da NHL. A cada dia que passa diminui em escala geométrica o nosso grau de interesse pelo que se passa na liga.

Acompanhar as movimentações, quem foi para qual time, quem renovou contrato, quem foi jogar em qual liga de qual país, quem está descansando de férias em qual lugar, tudo isso para quê? Sabe-se lá quando teremos uma nova temporada e, a bem da verdade, as perspectivas disso jamais foram positivas. Desde o prenúncio do impasse a maioria dos analistas considerava a hipótese de não termos a temporada de 2004-2005. E, de fato, é bem possível. Os lados praticamente não negociam, como chegar a um acordo?

Diante desse clima pessimista, o jeito é rever e recordar os bons momentos que presenciamos ao longo dos últimos anos. Ou começar a acompanhar as ligas menores ou as ligas européias, onde diversos jogadores da NHL estarão atuando. E, para quem curte, descarregar os desejos de hóquei em cima dos videogames.

Marcelo Constantino realizou o planejado durante as férias da Slot: leu o que tinha pra ler e aprendeu a patinar. Agora só falta aprender a patinar bem.