Por
Thomaz Alexandre
O New York Islanders. Time com três pontos à frente do Buffalo Sabres
pela oitava e última vaga no leste, a três jogos do fim da temporada.
Nada preocupante, se esquecermos que há duas semanas a vantagem era
de 10 pontos.
Afundando depressa, esse é o estado em que o time de Long Island se
encontra. Vencedores de apenas duas nas últimas dez partidas, eles têm
visto uma carga agonizante dos Sabres em busca do oitavo lugar. Aparentemente
será em vão, já que a três jogos do fim e ainda com uma partida contra
os fracos 'Canes, três pontos parecem uma frente segura. Mas será apenas
retardar o pior?
A caminho dos playoffs, os Islanders têm uma série de questões. Primeiro,
poder de fogo. Nenhum jogador do time fez cinqüenta pontos na temporada,
número assustador por mais que estejamos numa seca de gols. Sua maior
e mais bem paga estrela, Alexei Yashin, passou boa parte da temporada
na enfermaria e desde que voltou, não foi possível detectar mudança.
"Ele não tem feito muito. Normalmente você não vai para a quarta linha
a não ser que mereça", são as palavras do técnico Steve Stirling. Com
28 pontos na temporada, Yashin está custando aos Isles aproximadamente
300 mil dólares por ponto em 2004.
Tudo bem que o time tem o quarto maior número de gols marcados no leste,
mas seu maior artilheiro é Trent Hunter, um calouro. O panorama não
é dos melhores quando se espera que um calouro carregue um ataque nas
costas em playoffs. E a posição aclamada como mais importante na pós-temporada,
a de goleiro, é ocupada por Rick Di Pietro. Antes dessa temporada, Di
Pietro tinha 35 partidas na NHL em seu currículo. E mesmo com os bons
números e a esperança que carrega como ex-primeira escolha geral, ele
jamais viu ação na hora da verdade entre abril e junho. O garoto terá
seu batismo de fogo.
Outro problema a tirar o sono de Stirling e do GG Mike "Milburro" Milburry
é a saúde de seus jogadores. O próprio Di Pietro já perdeu um jogo por
resfriado e pode perder outro. Garth Snow, seu experiente -- apesar
de duvidoso -- reserva, que poderia aliviar o time se o jovem Rick perdesse
a compostura estreando nos playoffs, também perderá dez dias por contusão
na virilha. Pode sobrar em algum momento para o pobre Wade Dubielewicz,
que recentemente fez sua estréia na liga devido a essas contusões.
Ainda na defesa, que é a 23ª da liga, o time espera o retorno de Roman
Hamrlik, recentemente atingido por um disco. Alexander Karpovtsev, único
"reforço" que o time buscou na data-limite de trocas, já havia perdido
cinco jogos por contusão e agora anuncia que está se desligando do time
por razões pessoais. Dá-lhe, Milburro!
No ataque, além da apatia antes citada, Jason Blake está fora da primeira,
e talvez última rodada dos playoffs. Segundo maior pontuador da equipe,
Blake jogava 19 minutos por jogo, marcou sete pontos em desvantagem
numérica e desferiu 243 chutes, liderando os atacantes dos Islanders
em todas essas categorias. Para seu lugar foi chamado Steve Webb, que
estava no time afiliado do New York na AHL, o Bridgeport Sound Tigers.
Webb é tão bom que esse ano foi dispensado dos Isles como agente-livre,
depois contratado pelo pior time da liga, o Pittssburgh Penguins, e
mais tarde trocado de volta a Long Island, onde passou até agora seus
dias nas ligas menores. É isso aí, Milburro!
Mas sabem o que mais me impressiona, depois de relatados os fatos? É
a chance real que esse time tem de bater o Lightning na primeira rodada,
caso o confronto se confirme. Isso mesmo, o poderoso Tampa Bay Lightning,
líder do leste com mais de 100 pontos na tabela. Em quatro confrontos
nesta temporada, o domínio foi indiscutível em favor dos Isles. Três
vitórias e uma derrota. Os placares:
Data |
Local |
Placar |
20/11 |
Fora |
2-3 |
09/12 |
Casa |
5-2 |
16/03 |
Fora |
3-1 |
21/03 |
Casa |
3-0 |
Treze gols marcados e apenas seis sofridos. Martin
St Louis sozinho já tem marcado mais de um ponto por jogo, e mesmo assim
New York limitou todo o time de Tampa a uma média de 1,5 gol por partida
ao longo de quatro confrontos. Mais contundente ainda em favor dos Islanders
é ver os mais de três gols por jogo marcados contra os Bolts, e também
as datas das vitórias: New York venceu as partidas mais recentes, sendo
duas delas pós data-limite, já trazendo os times com a cara que terão
nos playoffs.
Quem explica esse retrospecto em favor da problemática zebra? Eu não.
Mas que será interessante ver como tudo isso se traduz numa série de
quartas-de-final de conferência, isso será.
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Thomaz Alexandre não tem há
muito oportunidade de assistir, mas lamenta o anunciado cancelamento
do NHL2Night. |
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