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19 de março de 2004
Briga de foice

Por Alexandre Giesbrecht

Os playoffs estão já batendo na porta. Para alguns times, significa a chance de correr em busca da Copa Stanley. Para outros, significa que as férias estão próximas.

Mas existem alguns que já estão vivendo os playoffs. Não aqueles em melhor-de-sete, mas a intensidade dos jogos é a mesma.

Na Conferência Leste, Islanders e Sabres brigam pela última vaga. O time de Nova York tinha uma vantagem aparentemente segura de 12 pontos, mas as más atuações das últimas semanas, somadas ao crescimento do de Buffalo diminuíram a diferença para seis pontos (com os resultados de quarta-feira, a diferença diminuiu ainda mais, para quatro pontos).

Como o sétimo colocado está bem à frente, os dois vão travar uma batalha interessante nos últimos jogos da temporada regular. Só uma pena que não mais se enfrentarão, se bem que os Islanders provavelmente não se importariam muito, já que ganharam os quatro confrontos diretos.

Se o Leste já tem uma briga interessante, o que dizer do Oeste? Atualmente, três times brigam pelas duas últimas vagas. E a briga é de foice, mesmo. A cada dia, um deles fica de fora, para ganhar no dia seguinte e derrubar o concorrente, que fica fora por um dia, ganha no outro e derruba mais um, até voltarmos ao primeiro.

Já há mais de uma semana a diferença de pontos entre Los Angeles, Nashville e St. Louis não passa de dois pontos. Para aumentar ainda mais a emoção, o sexto colocado Calgary não está muito à frente (quatro pontos na terça-feira), assim como o quinto Dallas (cinco pontos). E, mais importante, o décimo colocado Edmonton estava na terça-feira apenas três pontos atrás do então nono colocado Los Angeles.

A corrida no Oeste está tão emocionante que hoje seria impossível fazer uma prévia dos playoffs. Detroit e Colorado parecem ser as apostas mais certas para a primeira e a segunda colocação, respectivamente, mas ainda é possível uma reviravolta, dependendo apenas de uma breve seqüência de maus resultados.

No Leste, a briga por posições também está emocionante. Na terça-feira, a diferença entre o primeiro e o sétimo colocados era de meros oito pontos. Uma distância considerável quando faltam apenas dez jogos, mas que dá uma idéia do que será a briga pelas primeiras posições na conferência. O Tampa Bay vem bem e é o favorito para abocanhar a primeira posição, mas os Flyers, com um jogo a mais, vinham um ponto atrás, enquanto o Boston, com o mesmo número de partidas, tinha dois pontos a menos.

Um pouco mais atrás, três pontos atrás dos Bruins, vinham seus rivais de divisão Leafs e Senators, que ainda têm a chance de não só alcançar o título da divisão, como também de galgar posições na conferência. Correndo por fora, para Devils e Canadiens o que vier é lucro.

Na parte de baixo da tabela, os playoffs são o que menos importa, já que ninguém tem mais chance de classificação. Mas a briga ainda deve ser boa. Sim, a briga pela última colocação. Ela não deve chegar aos jogadores, que sempre dizem que não estão preocupados com isso, que têm algo a provar para seus empregadores, que isso, que aquilo. Mas as diretorias já estão contemplando a possibilidade de ficar em último, o que significa mais de 40% de chances de ficar com Alexander Ovechkin, a pérola que deverá ser a primeira escolha do próximo recrutamento.

Até três semanas atrás, ninguém imaginava que os Penguins poderiam sair da lanterna, ainda mais durante a incrível seqüência de 18 derrotas consecutivas. Mas, a partir do momento que a seqüência se encerrou, o time conseguiu 7-2-2, incluindo uma vitória sobre os penúltimos colocados Capitals na terça-feira, que diminuiu a diferença entre os times para sete pontos.

É uma distância considerável, mas quando se leva em consideração os adversários que o time de Pittsburgh ainda tem pela frente. Tirando os Devils, adversários desta quarta-feira, todos os jogos serão contra times que assistirão aos playoffs pela televisão.

E não são apenas os Capitals que vão concorrer com os Penguins pela maior possibilidade de agarrar Ovechkin: Blue Jackets e Blackhawks também estão pescoço a pescoço na briga.

As últimas semanas da temporada regular prometem um mar de emoções. Pena que não conseguiremos assistir nem pela televisão.

Alexandre Giesbrecht, 27 anos, tem acompanhado melhor a NHL com um celular com WAP.

 

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Página publicada em 18 de março de 2004.