Por Marcelo Constantino

Ducks de volta? — Até o Jogo das Estrelas tudo apontava para uma definição de que o Anaheim Mighty Ducks NÃO iria se classificar para os playoffs e o próprio gerente Bryan Murray começava a admitir que estava disponível a ofertas por jogadores. O time então emenda uma bela de uma seqüência pós-Jogo das Estrelas e ressurge no cenário da árdua briga por uma vaga no Oeste. Logo começa o blá-blá-blá falando das semelhanças com o que esse mesmo time protagonizou na temporada passada, quando começou uma grande arrancada nessa mesma época. Nesse último fim de semana os Ducks perderam dos Preds na prorrogação e foram demolidos pelos quentíssimos Stars, para depois empatarem com os gélidos Coyotes. Fim do oba-oba, a realidade é cruel e aponta mesmo para os playoffs pela TV.

Independentemente da justificativa que for dada -- as desculpas apontam a falta de química dos novos contratados para substituir os que saíram, contusões de jogadores importantes e más atuações de Jean-Sébastien Giguere --, a temporada do time vice-campeão da Copa Stanley tem sido uma catástrofe. Aquele time que fora extremamente eficiente em vencer jogos apertados, agora só faz perdê-los.

Capitals doam Petr Bondra aos Senators — Bondra pode não ser -- e não é -- o que o Ottawa precisa, mas uma doação dessas não se recusa. Pelo contrário, é algo que se almeja. Duvido que qualquer outro time na liga -- em condições de arcar com o restante do salário dele -- não mandasse uma segunda escolha e um jovem jogador que dificilmente terá algum papel importante na NHL por Bondra.

Liquidação em Washington — Depois de Jagr e Bondra, os Caps devem seguir liquidando o elenco, especialmente os jogadores com salários mais altos. O que naturalmente coloca outros três na vitrine: Robert Lang, Sergei Gonchar e Olaf Kolzig. Dos três, Gonchar é o tipo do defensor que dá lucro certo a quem o adquirir. Há várias temporadas que ele se destaca neste time e nada indica que seria diferente num time em condições de brigar pelo título. Para quem deseja um defensor com ótima habilidade para subir ao ataque é um prato cheio. E os Devils (?!) parecem estar à frente da fila, mas os Maple Leafs é que mais gostam de defensores assim.

Lang é um atacante que surpreende a cada temporada. Surpreendeu quando mostrou que não era apenas uma sombra do sucesso de Jaromir Jagr, ainda nos Penguins. Surpreendeu nesta temporada quando começou a aparecer entre os líderes da artilharia da liga jogando num time que disputava a lanterna (hoje propriedade intransferível do Pittsburgh). Não será difícil achar um time que o adquira, ainda que o salário dele desmotive alguns.

Já Kolzig é o grande problema. O alto salário (US$ 6,5 milhões por ano, com ainda mais uma temporada de contrato) e as atuações ruins o tornam indesejável em qualquer canto. (Ah, não! Claro, para esses casos sempre poderemos contar com os Rangers!)

"Precisamos de um central grande e forte" — Você já deve ter lido e ouvido isso de alguns dos times favoritos à Copa Stanley, mais especificamente Detroit e Ottawa. O problema é que centrais grandes, fortes E BONS não estão disponíveis no momento, com a possível exceção de Eric Lindros. Mas qual o aventureiro que se arriscaria a contratá-lo a essa altura?

Ah, sim.... Bobby Holik?! Dificilmente ele sai, por dois motivos: Um, ele tem sido um dos bons jogadores dos Rangers e, dois, ninguém é insano o suficiente para arcar com aquele salário que ele recebe.

Com isso, o terceiro escalão começa a ganhar corpo na boataria e temos hoje o nome de Chris Gratton circulando aqui e ali como se fosse algo grande. Anson Carter pode ser outro. O problema é encaixá-los na categoria "bons".

Os Senators já trouxeram Bondra, o que limita financeiramente alguma nova contratação, mas esperem por mais algum movimento por mais músculos no elenco.

Conforme o próprio capitão Steve Yzerman afirmou, os Wings precisam de mais um atacante grande e forte, de preferência um central (mas não necessariamente). É uma lacuna ainda não preenchida desde a saída de Martin Lapointe e a aposentadoria de Joe Kocur, ainda que não tenha sido necessário em 2002.

Zhamnov nos Flyers — Ainda falando de centrais, Alexei Zhamnov andava sendo rifado há tempos pela gerência dos Blackhawks, que conseguiu um bom negócio por ele com os Flyers. Zhamnov teve apenas um bom ano com os Hawks, da última vez que foram aos playoffs. Fora isso, esteve bem longe do que se projetava. Não custa nada lembrar que ele foi para Chicago trocado por ninguém menos que Jeremy Roenick -- indiscutivelmente MUITO mais jogador --, com os Coyotes.

Brind'Amour — Quem quiser um bom central, além de Lang, pode ligar para o Carolina Hurricanes e perguntar sobre Rod Brind'Amour. O auge da carreira já passou, ele não se encaixa no perfil "central grande e forte" e ainda tem três anos de contrato, com cada um valendo cerca de US$ 4,5 milhões. Ainda assim, trata-se de um bom jogador para qualquer equipe, que traz liderança, experiência, raça, versatilidade e habilidade. Rod pode jogar também na esquerda, não tem medo de ficar de pivô na frente do gol adversário, joga bem em qualquer dos times especiais e é vibrante como poucos na liga. Desde que, claro, esteja num time decente.

Os Hurricanes também possuem jogadores atraentes que estão eventualmente disponíveis, como o defensor Sean Hill e o versátil atacante Jeff O'Neil. Mas este último deve sair caro.

E os Rangers, desmontam ou não? — Desmontar um time daqueles seria uma reviravolta e tanto. Já imaginaram um dia-limite de trocas com Glen Sather, o gerente, se desfazendo de seus grandes e caros jogadores? Verdadeira revolução. Mas isso não vai ocorrer, quase nenhum time na liga se disporia a pagar os valores que os Rangers pagam às suas estrelas. Claro, um ou outro poderá sair, como Alexei Kovalev, que sumiu desde que saiu de Pittsburgh. Mas quem não some quando joga no time do Glen Sather, não é verdade?