Por
Daniel Rocha
Meia temporada já se foi. Certamente ainda é cedo para
chegarmos a conclusões, ou nos gabarmos de termos acertado os
nossos pitacos do início da temporada. Apesar disso, é
possível rever alguns pontos de vista, além de reforçar
outros. Até porquê, a partir de agora tudo pode mudar:
aproximando-se o fim da temporada e a data limite de trocas, os times
podem mudar suas caras, buscando reformulação, ou um último
reforço para garantir a ida aos playoffs. Mas isso não
vem ao caso, eu estou aqui ara rever o
que previ no guia da temporada, da edição 52; e este
será meu papel.
Antes de falar sobre eles, ao menos acertei que os times da Divisão
Sudeste continuariam incapazes de brigar pelo título da conferência.
O Tampa Bay, líder da divisão, se encontraria posicionado
apenas na 8ª colocação se a liderança da divisão
não o colocasse em terceiro. Os Thrashers, segundo colocado,
encontram-se apenas em 9º lugar, empatados com os Islanders, que
têm dois jogos a menos. Ponto para mim.
Atlanta Thrashers
Bem, aqui eu acertei um pouco, errei outro tanto. A saída de
Dany Heatley, ao contrário do que eu imaginava, deu uma injeção
de ânimo na equipe, que iniciou a temporada mostrando clara capacidade
de chegar aos playoffs. Infelizmente, a defesa segue extremamente frágil.
Já que Bob Hartley não conta com material humano suficiente
para suprir essa deficiência, sobra para os goleiros Pasi Nurminen
e Byron Dafoe, que até possuem bons números em termos
de defesa, mas ainda assim sofreram uma média próxima
a três gols por jogo, levando a defesa a ser menos vazada apenas
do que os frágeis Penguins e Capitals.
Destaque positivo na equipe para o ressurgimento de Marc Savard, desaparecido
desde a grande campanha pelos Flames quando atuava ao lado de Jarome
Iginla. Ilya Kovalchuk, Vyacheslav Kozlov e Shawn McEachern vêm
correspondendo às expectativas e Patrick Stefan... Bem, Stefan
segue atuando abaixo do que se espera de uma escolha número 1.
A equipe segue contando com a volta de Heatley, o que daria um impulso
extra para chegar aos playoffs pela primeira vez na história.
Caso contrário, um reforço de última hora seria
bem-vindo para ajudar a equipe a se manter no grupo dos classificados.
Carolina Hurricanes
Essa foi a equipe onde eu mais cometi erros, certamente.
Após a desastrosa temporada passada, acreditava que com a volta
dos jogadores contundidos o elenco voltaria a brigar pelos playoffs...
Claro engano. Ao menos eu acertei que a saída de Paul Maurice
era evidente caso a equipe não engrenasse. O ataque da equipe
continua inoperante, já que Rod Brind'Amour não consegue
repetir as campanhas anteriores e Jeff O'Neil parece ter perdido a mão
para seus tiros. Ron Francis não tem a quem servir, levando o
ataque dos Hurricanes a ser o menos eficiente dentro da liga.
A defesa, como já previa, consegue manter o time não muito
longe dos playoffs, mas a equipe mostra estar abaixo até mesmo
de seus companheiros de divisão. A chegada de Peter Laviolette
deu nova vida à equipe por um curto espaço de tempo, mas
pouco a pouco volta à sua sina de perder mais do que ganhar.
Outro erro cometido: Kevin Weekes tem se mostrado bastante sólido
debaixo das traves, e a equipe, quando conta com ele, mantém
aproveitamento próximo aos 50%. Já quando o cone Jason
Storr entra...
Florida Panthers
Os Panthers são considerados por muitos (inclusive eu) a equipe
do futuro. Bem, por enquanto os Panthers não passam disso mesmo.
Valeri Bure carrega a equipe ofensivamente junto com Olli Jokinen (que
deu uma esfriada), Kristian Huselius (que não parece o mesmo
da temporada de calouro) e Viktor Kozlov (que continua o mesmo, com
Bure, o outro Bure ou Jokinen). Stephen Weiss começou a mostrar
a cara, enquanto Jay Bouwmeester, além de bom defensivamente,
vem mostrando seu talento ofensivo com 15 pontos até agora.
No gol vem o grande destaque da equipe: Roberto Luongo. Com uma defesa
ainda verde a sua frente, não é raro Luongo encarar de
30 a 40 chutes por jogo. A grande quantidade de chutes ajuda com um
número ainda mais significativo: 93,2% de defesas. Se os torcedores
dos Panthers esperam o amadurecimento da equipe, Luongo pode servir
de exemplo: claramente, é o melhor jogador da equipe.
O ponto fraco foi a demissão de Mike Keenan, treinador com grande
experiência no amadurecimento de novas estrelas. A equipe ainda
não deve ir aos playoffs nessa temporada, mas na temporada 2004-2005
a não ida da equipe já poderá ser uma decepção.
Os treinadores têm que tomar cuidado para a equipe não
perder o ponto de amadurecimento e apodrecer.
Tampa Bay Lightning
Bem, nesse aqui eu posso me gabar. Já havia previsto que o Tampa
Bay tinha a equipe mais preparada para brigar pelo título da
divisão, devido em especial à profundidade, que falta
a praticamente todas as outras equipes concorrentes (talvez com exceção
dos Panthers). A queda repentina no fim de novembro e início
de dezembro prejudicou a equipe, mas ainda assim foram capazes de manter
a liderança da divisão, e com jogos de sobra.
Martin St. Louis, como esperado, segue sendo uma peste marcando muitos
gols, enquanto Cory Stillman e cia. (todos dos quais eu falei, com exceção
do Ruslan Fedotenko) acompanham ofensivamente.
A defesa não é exatamente um paredão, mas Nikolai
Khabibulin e John Grahame têm dado conta do recado, levando a
equipe a ser a única da divisão com mais gols marcados
do que sofridos.
Certamente os Bolts estarão nos playoffs, e como eu esperava,
continuo achando difícil a equipe ir mais longe do que isso.
Se a equipe terminar realmente como líder da divisão,
deve pegar o 6º colocado que, segundo minhas previsões,
será o Boston Bruins. Aí sim os Bolts sofrerão
realmente o teste para saber se merecem ir mais longe.
Washington Capitals
Outro acerto meu. Os Capitals não fizeram muito mais do que dar
decepções e goleadas sofridas para seus torcedores. Tirando
Robert Lang, que tenta carregar sozinho o ferrolho ofensivo dos Capitals,
pouco, ou nada, se salva.
Até mesmo o goleador perene Peter Bondra parece ter perdido a
magia, levando a equipe ao total de 26 derrotas na temporada. No gol,
além de Olaf Kolzig não vir correspondendo, nenhum outro
goleiro pode substituí-lo para pressionar pela posição.
Na defesa, Sergei Gonchar segue firme, especialmente ofensivamente.
Mas, repito, os outros defensores não fazem, juntos, o que Gonchar
faz com uma perna. Aí fica difícil.
Resta aos torcedores da equipe torcer muito para que o quadro se reverta.
Os prospectos da capital americana até agora não despontaram,
e os que poderiam agora aparecer estão em Pittsburgh. Então
é rezar para que consigam a 1ª escolha e peguem Alexander
Ovechkin. Pode ser a grande saída.
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Daniel Rocha lembrou-se de assinar e acha
que o placar nos palpites foi acertos 4-2 erros. Só não
explica os critérios. |
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