Por
Daniel Rocha
Em Ottawa a temporada começou parecendo que tudo correria às
mil maravilhas. Gerência nova, dinheiro em caixa, equipe talentosa,
com um treinador reconhecido em toda a liga (é o que está
há mais tempo no cargo desde a demissão de Paul Maurice
do Carolina Hurricanes) e tudo para retomar a caminhada para a Copa
Stanley de onde terminou na última temporada: nas finais de conferência.
Não foi o que aconteceu.
Novembro foi um mês assustador para o Ottawa. Após ser
considerado por muitos o grande favorito ao título, a equipe
se via condenada a brigar pela lanterna da divisão com os Sabres
(nota: todas as equipes da divisão vêm jogando melhor do
que na última temporada, incluindo o Buffalo). O resultado no
fim do mês foi uma campanha com quatro vitórias, dois empates
e oito derrotas (duas no tempo extra), incluindo resultados negativos
frente a equipes claramente inferiores, como os Penguins e duas vezes
frente aos Rangers.
Repentinamente, o risco era até mesmo ficar fora dos playoffs,
amargando uma briga contra Islanders, Rangers e Canadiens pelas últimas
vagas da conferência. Até mesmo o emprego de Jacques Martin
foi posto em ameaça, e os rumores de trocas envolvendo jogadores
importantes em Ottawa como Radek Bonk, Zdeno Chara e Patrick Lalime
ganharam força. Felizmente, a diferença que um mês
faz mudou tudo.
Com a ajuda do calendário, que colocou os Sens frente a frente
com o Tampa Bay e o Florida por duas vezes cada, além dos Penguins
e Rangers, os Senators reverteram o quadro em dezembro, terminando com
nove vitória no mês, fechando o ano com uma vitória
sólida frente aos Bruins por 3-0. Martin Prusek conquistava o
seu 3º shutout na carreira.
Da mesma forma que o ano passado terminou, iniciou-se o novo ano. Com
novo shutout de Prusek, a equipe bateu os Islanders por 1-0, quebrando
a seqüência invicta de seis vitórias da equipe de
Mike Milbury, enquanto estendia sua própria seqüência
de jogos sem perder para oito jogos.
A série ainda se estenderia por mais uma semana, terminando finalmente
em 11 jogos (9-0-2-0). Após uma vitória elástica
frente aos grandes rivais da equipe, os Maple Leafs, a série
se encerrou frente a outro rival de divisão, os Sabres, com derrota
por 3-2.
Com esses resultados positivos, os Senators voltaram a brigar pela liderança
da divisão e da conferência (encontram-se, no momento,
com dois jogos a menos e quatro pontos atrás do líder).
Liderados pelo capitão Daniel Alfredsson e pelo artilheiro Marian
Hossa, a equipe parece predestinada a brigar novamente pelo título
da liga. Como disse o capitão, "vão em frente e escrevam
isso, eu garanto que vamos vencer a Copa Stanley."
Resta saber se a equipe realmente está pronta para dar o passo
final rumo ao título. Repetindo o que já foi dito diversas
vezes, falta saber se os Senators têm raça para enfrentar
o hóquei de playoffs. A campanha da última temporada,
finalizada no jogo 7 faltando menos de três minutos para o fim
do jogo, ajuda a apagar a má fama. Mas se a equipe não
chegar ao título, pouco adiantarão as grandes atuações
e o Troféu dos Presidentes da última temporada. Afinal,
só entra para história o time realmente campeão,
o ganhador da Stanley.
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Daniel Rocha prefere continuar sonhando e
acreditando no velho conto do "esse ano vai!" |
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