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21 de novembro de 2003
Avs voando não tão alto

Por Alexandre Giesbrecht

"Quando viemos para cá, estávamos bastante empolgados", recorda Teemu Selanne. "Ainda estamos empolgados, mas..."

Como diria o semi-ícone pop João Kleber, "pára, pára, pára"!

A esta altura da temporada dos sonhos do Colorado Avalanche, não era para haver um "mas". Era para ser apenas um ano de comemorações, coroações, glórias e uma meia dúzia de recordes batidos. Isso tudo, mais o início do resgate do hóquei ofensivo: o Avalanche de 2003-04 seria uma versão século XXI dos Oilers dos anos 80.

Mas... Apesar de terem sólidos 10-5-1-1 como campanha, os Avs não estão dominando a liga, não estão impondo um estilo superofensivo e não estão nem liderando sua própria divisão. Suas duas principais contratações das férias, Paul Kariya e Selanne, conseguiram jogar juntos apenas 7 dos 17 jogos da equipe, e longe do domínio que se esperaria deles, que jogariam juntos na segunda (!) linha.

Ah, sim, o complemento da declaração de Selanne: "Mas queremos sair e mostrar quão bons podemos ser e como podemos ajudar este time. É realmente frustrante quando você não consegue fazê-lo."

Poderia estar pior? É claro que sim: as também potências Detroit e Dallas têm, respectivamente, 9-7-2 e 7-9-2. Mas como explicar que o time de Colorado ainda não ganhou de ninguém que tivesse mais de 50% de aproveitamento? Como explicar que o jogador mais produtivo tem sido um que não estava lá quando a temporada começou?

A troca que trouxe Steve Konowalchuk de Washington parece cada vez mais uma barganha. Ele já tem seis gols pelo novo time e sua versatilidade tem sido extremamente útil. Ele tem jogado como central, e seu trabalho na equipe de vantagem numérica é o principal motivo para esta ter melhorado consideravelmente.

"Quando Steve chegou, sabíamos que ele podia jogar em várias posições, que ele podia ter vários papéis. [No último sábado, contra o Dallas], ele jogou na ponta esquerda, na ponta direita, como central, matou penalidades, ficou na frente do gol durante vantagens numéricas", comemorou o técnico Tony Granato. Ele fez tudo. É bom, especialmente quando seu banco fica desfalcado logo no início do jogo, como foi [contra os Stars], quando Paul [Kariya] se contundiu."

Enquanto isso, Bates Battaglia continua não jogando nada, mas agora junto a um grupo que também não está jogando nada. A única chance de os Caps conseguirem algum retorno parece ser se o prospecto Jonas Johansson, ponta direita escolhido na primeira rodada do recrutamento de 2002 e que também foi envolvido na troca, realmente der certo, e sua temporada com o Kamloops Blazers, da WHL, tem rendido elogios da mídia.

Se a vinda de Konowalchuk só tem dado alegrias, o mesmo ainda não se pode dizer da vinda de Kariya. O ex-arrimo dos Mighty Ducks veio para ganhar um décimo do salário que tinha em Anaheim, para tentar ganhar uma Copa Stanley – e virar um agente livre ao final da temporada. Mas seu pulso já virou uma preocupação. Depois de perder dez jogos por contusão, acabou machucando o mesmo pulso pouco mais de três períodos após voltar.

Com um elenco lotado de estrelas, não deveria ser tão difícil substituir Kariya, mas os Avs também perderam Peter Forsberg, o atual dono do Troféu Art Ross, que anda com problemas em algum músculo abdominal. Parece ser uma contusão normal, mas nunca se sabe quando uma contusão normal passa a ser recorrente e acaba limitando sua participação nos jogos que realmente importam, isso se simplesmente não o tirarem deles.

Também não ajuda muito a recente aposentadoria de Patrick Roy. Não deve ser fácil para o suíço David Aebischer substituir uma lenda. Ele tem sido competente, mas não brilhante, com nove vitórias e dois shutouts. Ele tem provavelmente até março para mostrar que está preparado para os playoffs. Se não conseguir, aumentam as possibilidades de o gerente geral Pierre Lacroix adquirir um goleiro experiente na data-limite de trocas. Será que, no desespero, os Wings mandariam Curtis Joseph para Denver?

Para um time de que se esperava muito, o Avalanche ainda demonstrou muito pouco. Tudo bem que os jogos ainda não importam grande coisa, e ainda há tempo para melhorar. Até acho que o time vai melhorar, mas o sonho de ver uma reencarnação dos Oilers de 20 anos atrás permanece... um sonho.

Alexandre Giesbrecht, 27 anos, está se preparando para encontrar outros três colunistas da Slot BR no fim de semana.
 
  CONTUNDIDO NOVAMENTE As contusões de Kariya não têm deixado que a dupla que ele faz com Selanne produza a contento (Paul Connors/AP - 13/11/2003)

 

 

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Página publicada em 19 de novembro de 2003.