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23 de maio de 2003
O Conn Smythe já tem dono: Jean-Sébastien Giguere

Por Marcelo Constantino

Pouco importa como serão as finais da Stanley Cup. Seja Ottawa, seja New Jersey, é bem provável que qualquer um dos dois vença o Anaheim. Isso por uma série de razões, que vão desde o favoritismo e experiência até a ofensividade e Martin Brodeur. Pode ser também que os Mighty Ducks surpreendam novamente e sigam na empreitada de eliminar todo e qualquer favorito que encontram pela frente nesses playoffs.

Aconteça o que for, uma coisa precisa ficar logo clara: o Troféu Conn Smythe deste ano é de Jean-Sébastien Giguere.

Nenhum jogador dos dois times do Leste, nem mesmo Brodeur, é mais valioso para seu time do que Giguere é para o Anaheim. Não há paralelo, não há qualquer comparação.

Os Ducks são um time ofensivamente anêmico. O time de vantagem numérica, mesmo com os dois gols de Adam Oates no último jogo, aproveitou insossos 11,5% das oportunidades que teve. Em 14 jogos de playoffs, o líder do time tem apenas 10 pontos. Ninguém tem mais de cinco gols marcados.

A defesa não bloqueia tantos chutes quanto se alardeia na imprensa e a prova disso é que Giguere já viu 496 deles pela frente, com uma média de 35 por jogo (Brodeur e Lalime, por exemplo, estão na faixa dos 25-28). Isso lhe deu números sobrenaturais: média de gols sofridos por jogo em míopes 1,22 e um estratosférico aproveitamento de 96% de defesas.

Giguere, Giguere, Giguere, Giguere. É isso. Entreguem logo o Conn Smythe a ele!

Querem um currículo resumido, sem números, do MVP desses playoffs? Ele destronou o atual campeão e favorito ao bi-campeonato Detroit Red Wings em apenas quatro jogos, todos com diferença de um gol. Depois eliminou o time número um da conferência Dallas Stars em seis jogos e arrasou com o Minnesota Wild em quatro jogos, permitindo-lhes a miséria de marcar um gol em TODA a série. Um gol. UM!

Giguere caminhava para um inacreditável quarto shutout consecutivo na mesma série, mas teve seu feito interrompido quando Andrew Brunette desviou um chute durante uma vantagem numérica do Wild e abriu o placar no jogo 4 da série. O que aconteceu dali em diante? Giguere defendeu todos os 21 chutes restantes da partida e venceu a série.

Nessas finais de Stanley Cup nós teremos o confronto teoricamente desigual: de um lado um time que terminou em sétimo colocado em sua conferência e que parecia querer apenas adquirir experiência em playoffs; do outro ambos são favoritos desde a temporada regular, primeiro e segundo colocados em sua conferência, com boa (no caso do New Jersey, MUITA) experiência em pós-temporada. Todo o favoritismo está ao lado Leste.

Pouco importa se eles vencerem. Aliás, para o Conn Smythe deste ano pouco importa quem vencerá a Stanley Cup. Nove goleiros já conquistaram este troféu sendo que Patrick Roy já o venceu por três vezes. Três desses nove goleiros -- Roger Crozier (Detroit, 1966), Glenn Hall (St. Louis, 1968) e Ron Hextall (Philadelphia, 1987) -- estavam no time que não venceu a Stanley Cup. A NHL reconheceu a extrema importância deles ao carregar o time até a final.

Nada mais justo que faça o mesmo este ano, caso os Ducks morram na praia.

Marcelo Constantino sente-se como correspondente "oficial" do Anaheim Mighty Ducks na Slot.
 
  CONN SMYTHE PARA ELE! Detentor de estatísticas incríveis, Jean-Sébastien Giguere é indiscutivelmente o grande nome dos playoffs de 2003 (Donald Miralle/Getty Images - 16/05/2003)

 

AS MAIS LONGAS SEQÜÊNCIAS SEM LEVAR GOLS EM PLAYOFFS NA NHL
Tempo
Jogador
Time
Ano
270:08
G. Hainsworth
Montreal
1930
248:35
D. Kerr
NY Rangers
1937
248:32
N. Smith
Detroit
1936
218:42
G. McNeil
Montreal
1951
217:54
J.S. Giguere
Anaheim
2003

 

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Página publicada em 22 de maio de 2003.