Por
Alessander Laurentino
Após as duas partidas iniciais em Vancouver, em que o St. Louis
venceu a primeira e o Vancouver, a segunda, a série foi para
St. Louis, onde os Blues venceram as duas partidas em casa e abriram
uma cômoda vantagem de 3-1 na série. Porém o forte
time canadense não se entregaria tão fácil.
Jogo 3: Canucks 1-3 Blues
Provavelmente uma das séries mais recheadas de penalidades, o
combate entre Blues e Canucks continuou presenteando os torcedores com
várias oportunidades de vantagem numérica no jogo 3. No
primeiro período, apesar de não haver saído gols,
aconteceram nada menos do que dez penalidades, incluindo oportunidades
de cinco contra três.
Os Canucks não repetiram a boa atuação da partida
anterior, o que certamente facilitou o serviço para o St. Louis.
No segundo período, Pavol Demitra e Doug Weight deram a liderança
para os Blues, enquanto Marek Malik diminuía no final do mesmo
período.
Jogando com a torcida a seu favor, os Blues aproveitaram-se disso e
do novo colapso dos Canucks, que simplesmente não conseguiam
mostrar a ofensividade apresentada durante toda a temporada.
No terceiro período, Weight marcou o gol que deu a segurança
para os Blues, que também souberam neutralizar o apático
ataque canadense. Sem conseguir conter a linha de Weight, Martin Rucinsky
e Dallas Drake e sem conseguir responder com o seu próprio ataque,
os Canucks perderam o jogo 3 dando apenas 14 chutes a gol durante toda
a partida.
Jogo 4: Canucks 1-4 Blues
Depois da incapacidade do Detroit Red Wings em vencer sequer uma partida
contra os Mighty Ducks, a incapacidade dos Canucks de reagir na série
contra os Blues tinha tudo para ser a grande decepção
das quartas-de-final da Conferência Oeste.
Em mais uma partida em que seus atacantes não conseguiam vencer
a defesa dos Blues nem colocar discos no gol de Chris Osgood, os Blues
aproveitaram-se da falta de sorte e de pontaria dos visitantes e venceram
também o jogo 4, realizando aquilo que poucos acreditavam que
seria atingido tão facilmente: colocar os Canucks à beira
da eliminação.
Contrariando a regra da série, a partida teve poucas penalidades.
Foram "apenas" 14 durante toda a partida.
Desta vez, o ataque canadense bem que tentou (30 chutes a gol contra
20 dos Blues), mas não conseguiram marcar os gols necessários.
Mais uma vez, a linha de Rucinsky, Drake e Weight decidiu a partida.
Apesar de Markus Naslund ter desencantado na série, marcando
o primeiro gol do jogo e o seu primeiro nos playoffs, os Blues souberam
tirar proveito das chances que apareceram e viraram a partida para 4-1,
com dois gols no segundo período e mais dois no terceiro.
Osgood foi decisivo ao fazer várias grandes defesas durante a
partida. Com a série praticamente decidida a favor do St. Louis,
que liderava por 3-1, a série retornaria agora para Vancouver.
Jogo 5: Blues 3-5 Canucks
De volta para casa após duas decepcionantes derrotas fora de
casa, o Vancouver Canucks encarava a possibilidade de eliminação
logo na primeira fase dos playoffs, o que, sem dúvida, seria
um balde de água fria em toda a sua torcida, que viu o time realizar
uma temporada quase perfeita. Com o GM Place mais que lotado a empurrar
o time para cima dos Blues, os jogadores dos Canucks não poderiam
ter respondido de outra forma: jogaram uma partida excepcional.
Para nós aqui do Brasil, a ESPN nos deu de bandeja essa espetacular
partida ao vivo e na íntegra.
Ainda no primeiro período, os Canucks já demonstravam
a que tinham vindo, atacando de todas as formas possíveis e dando
nada menos do que incríveis 10 minutos de gelo em apenas um período
para Todd Bertuzzi. Aproveitando-se do tráfego em frente a Osgood,
Brent Sopel disparou um foguete próximo da linha azul dos Blues,
que pegou o goleiro visitante desprevenido, dando, assim, a liderança
aos donos da casa.
Apesar de dominar a partida, os Canucks acabaram cedendo o gol de empate
numa falha de Dan Cloutier, que deveria ter evitado o gol de Tyson Nash.
Porém o Vancouver não desanimou e, pouco mais de um minuto
depois, Todd Bertuzzi marcava seu primeiro gol nos playoffs, dando a
liderança definitiva para os Canucks naquela partida. Após
uma boa troca de passes iniciada com um brilhante passe de Malik, Brendan
Morrison também desencantava nos playoffs.
Faltando menos de um minuto para terminar o segundo período,
o capitão Naslund marcava o seu segundo gol dos playoffs, completando
o bombardeio dos Canucks, que marcaram três gols em seqüência
com seus três principais astros.
No terceiro período, Cory Stillman diminuiu para os Blues e,
faltando apenas 56 segundos para o final da partida, Rucinsky colocou
o St. Louis de volta na partida. Quando tudo parecia caminhar para terríveis
50 segundos de pressão, Sami Salo disparou um chute despretensioso
do meio do rinque, aceito por Osgood, selando a vitória do Vancouver
Canucks por 5-3. Os Canucks escaparam da eliminação e
forçaram um jogo 6 em St. Louis.
Jogo 6: Canucks 4-3 Blues
Pela segunda vez, o St. Louis tinha a chance de fechar a série
e despachar o Vancouver. E ainda tinha a seu favor o fato de o jogo
6 ser em St. Louis, com apoio total de sua torcida.
Sentindo a pressão da eliminação batendo à
sua porta, o time de Vancouver não poderia dar chance para os
Blues sairem na frente. E assim foi feito. Aos 3:49 do primeiro período,
Naslund abriu o placar. Porém, na metade do mesmo período,
Weight empatou para os Blues.
Mas o Vancouver tinha Mattias Ohlund, que deu novamente a vantagem para
os Canucks aos 14 minutos do primeiro período. Durante o segundo
período, os Canucks dominaram novamente e, aproveitando-se de
duas vantagens numéricas, marcaram, com Henrik Sedin e Ed Jovanovski,
para abrir uma folgada vantagem na partida, com 4-1 no placar.
Porém, no retorno para o terceiro período, os Blues voltaram
determinados a correr atrás do resultado. Os jogadores sabiam
que, se os Canucks vencessem e forçassem um jogo 7 em Vancouver,
em pleno GM Place lotado, seria muito difícil vencer a série.
Com esse pensamento na cabeça, Eric Boguniecki e Weight diminuíram
para os Blues, encostando no placar. A torcida se animou e passou a
empurrar o time para cima dos Canucks, em busca do gol de empate que
provocaria, no mínimo, a prorrogação.
Buscando de todas as formas o gol de empate, os Blues chutaram 13 vezes
a gol no terceiro período, contra apenas 2 dos Canucks.
Mas naquela noite os Canucks tinham Dan Cloutier. Não o Cloutier
da bomba de Nicklas Lidstrom, não o Cloutier do gol de Nash,
mas o Cloutier que faz os torcedores de Vancouver e de toda a Colúmbia
Britânica sonhar com algo mais que apenas participar dos playoffs.
Cloutier, auxiliado por Salo, Ohlund, Jovo, Malik, Murray Baron e Sopel,
além dos atacantes, segurou o forte e garantiu de maneira espetacular
a realização do jogo 7, em Vancouver, em que, certamente,
os Canucks entrarão fortalecidos moralmente e ainda contarão
com todo o apoio da fanática torcida canadense.
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Alessander Laurentino não vai poder acompanhar o jogo 7
da série, mas torcerá desesperadamente pelos seus
Canucks. |
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ALÍVIO O técnico
Marc Crawford, Markus Nasland, Murry Baron e Daniel Sedin comemoram
o fim do jogo 6, que garantiu uma sétima partida (James A.
Finley/AP - 20/04/2003) |
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