Por
Daniel Rocha
Mais uma temporada regular se aproxima do fim. Não diferente
de outras tantas temporadas, a divisão Sudeste, também
conhecida por Southleast (jogo de palavras com a palavra em inglês,
Southeast) segue sendo a pior da liga. Somente para variar, o vencedor
da divisão será o de menor pontuação dentre
os cabeças de chave e a divisão levará, se muito,
duas equipes para os playoffs. Na verdade, serão dois classificados
devido à falta de adversários, porque senão, não
duvide, seria apenas um.
Há diversas explicações que justificam a situação
que a divisão vive. Desde a falta de popularidade do hóquei
na região ou até mesmo a incompetência das gerências.
Não é raro vermos os Hurricanes ocupando apenas metade
da capacidade de sua arena. Enquanto isso, o estado da Flórida
abriga duas equipes, ambas de pequeno porte, que dificilmente enchem
suas arenas também, provando que o estado, muito mais fanático
pelo football do que pelo hóquei, mal abriga uma franquia,
quanto mais duas. Em Atlanta, como já tratei anteriormente na
edição
31, a equipe parece não conseguir passar da segunda marcha.
Esperemos o que Bob Hartley será capaz de fazer pela franquia.
Os Capitals são uma aberração na divisão.
Aberração por vários motivos. Primeiro porque o
povo da capital americana é fanático pelo esporte; segundo
porque apesar de ter rios de dinheiro jorrando diretamente da fonte
AOL/Time Warner, que possibilitou a chegada de Jaromir Jagr e Robert
Lang, além de conseguir manter tantas outras estrelas, como Olaf
Kolzig e Peter Bondra, a equipe não deslancha. Duvido que alguém
aposte nos Capitals como favoritos a passar da 1ª fase do mata-mata,
seja lá quem eles enfrentem.
O mesmo vale para os Bolts. Certamente esta equipe evoluiu de maneira
incrível com a chega de Nikolai Khabibulin e a evolução
dos outrora prospectos da equipe, como Vincent Lecavalier e Brad Richards.
Mas isso é muito pouco para vencer nos playoffs. Enfim, parafraseando
outros tantos, só Khabibulin salva.
Passando para os outros times, o que vemos é um total desmanche
de elencos. O Florida, sob a tutela de Mike Keenan, ingressou em uma
fase de completa renovação, não é à
toa que o elenco tem a menor média de idade da liga. Saíram
do time, apenas nesta temporada, Dmitry Yushkevich, Sandis Ozolinsh,
Brad Ference e Joey Tetarenko. Destas trocas, somente a envolvendo Ozolinsh
trouxe ajuda imediata, as demais envolveram prospectos. Na Flórida,
diz-se que em cinco anos o céu será o limite para essa
equipe. Até lá, Olli Jokinen e Roberto Luongo terão
que repetir muitas temporadas como essa para evitar catástrofe
maior.
Já em Raleigh a situação é ainda mais esquisita.
Após uma final de Stanley Cup, os Canes perderam o rumo e foram
parar em uma briga acirrada pela lanterna da conferência.
Curiosamente, ao contrário do que ocorreu na temporada, onde
técnicos foram demitidos em maior número do que Bush ameaçou
começar uma guerra, Karmanos segue confiando no competente Paul
Maurice na direção da equipe. Foram embora os alicerces
da equipe na temporada passada, como Sami Kapanen, Glen Wesley e Martin
Gelinas, enquanto Arthurs Irbe segue como sério candidato a ser
a próxima vítima. A equipe confia agora na geração
de novos valores, como Jaroslav Svoboda e Brad DeFauw. Quem olhar o
elenco dos Hurricanes tomará um susto, ao perceber que pelo menos
um terço do elenco atual é composto por novatos.
Para fechar a matéria, uma curiosidade: no dia em que escrevi
sobre as
equipes mais novas da NHL, todas elas atingiram ótimos resultados.
Enquanto escrevia este artigo, os Panthers e os Canes venciam, enquanto
os Capitals empatavam com a forte equipe dos Flyers. Por isso, aviso
que durante os playoffs escreverei apenas sobre os Senators e
espero que não haja queixas, porque não serão atendidas.
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Daniel Rocha não acha que Brett Hull seja o Romário
dos Wings e também não tem nojo de polvo cru. |
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SEJA O QUE ELE QUISER O goleiro
Roberto Luongo é uma das razões da temporada do Florida
Panthers não ser um desastre ainda maior (Chad Rachman/AP
- 10/03/2003) |
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JOVEM ESPERANÇA O jovem
Brad DeFauw comemora o gol da vitória do Carolina Hurricanes
sobre o Columbus Blue Jackets. Sua estréia não poderia
ter sido melhor: ele marcou dois gols (Karl DeBlaker/AP - 10/03/2003) |
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