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14 de março de 2003
Como ficam os times que se movimentaram no dia-limite de trocas

Por Marcelo Constantino

Anaheim Mighty Ducks: Steve Thomas é a grande aquisição dos Ducks, que provavelmente estão almejando passar da primeira fase dos playoffs e, quem sabe, surpreender na segunda. Rob Niedermayer pode se encaixar na terceira ou quarta linha do time.

Atlanta Thrashers: Seguraram Vyacheslav Kozlov e Shawn McEachern, indicando que estão construindo um time para disputar uma vaga de playoffs no próximo ano.

Boston Bruins: Dan McGillis e Ian Moran devem preencher o vazio que agora se percebe estar aberto com a saída de Kyle McLaren. Muito pouco para um time que protagoniza a maior das quedas dentro desta temporada.

Buffalo Sabres: Promoveram uma boa limpeza no elenco, mas preservaram alguns valores, como Miroslav Satan e Alexei Zhitnik, dois jogadores que certamente interessavam a alguns times de peso. É bem verdade que, diante da falência da franquia, tiveram de se livrar do salário de Stu Barnes e da enganação Chris Gratton. No mais, fizeram o óbvio, trocaram veteranos por escolhas e prospectos.

Calgary Flames: A gerência agiu surpreendentemente bem. Manteve Jarome Iginla e Chris Drury, dois comentados jogadores que poderiam estar mudando de time na última terça-feira. Repatriou Dean MacAmmond, que poderá trazer de volta alguma da boa química da temporada passada. Trouxe também a ex-promessa-que-não-se-realizou Shean Donovan, que ao menos deverá liderar com solidez a terceira linha do time.

Carolina Hurricanes: A chegada de Radim Vrbata traz esperanças para um time que caiu do pódio para a turma do fim da fila.

Colorado Avalanche: Bryan Marchment nos Avs faz Dallas, Detroit e St. Louis olharem de forma diferente para o time de Denver. Qualquer ato que advenha do joelho de Bryan sobre os joelhos dos atacantes adversários deverá ser encarado como declaração de guerra pelos rivais. Com isso, Sakic, Forsberg e cia. passam a ser alvos. Este é um cenário, o outro seria um Marchment a la Kasparaitis do ano passado. A troca por Bates Battaglia foi um tanto estranha. Mais um jogador para ficar na frente do goleiro? Ah, estamos falando do time de Pierre Lacroix, o melhor negociador da NHL, aquele que consegue o que quer! Pela primeira vez em alguns anos os Avs passam discretos no dia-limite de trocas.

Dallas Stars: Stu Barnes é um reforço e tanto para esse time que já está cheio de habilidade no ataque. Trouxeram ainda Lyle Odelein para ter um bom reserva para a defesa.

Detroit Red Wings: Era tiro certo que os Wings contratariam algum defensor, mas quase ninguém especulou que seria Mathieu Schneider. O preço pago foi altíssimo, possivelmente em função da concorrência de outras propostas, mas vejamos: as escolhas de primeira rodada do time ultimamente têm se transformado em jogadores que decepcionam; Pavel Datsyuk e Henrik Zetterberg, os dois jovens mais valiosos do time, não foram escolhidos na primeira rodada; e de Maxim Kuznetsov a franquia já havia desistido. Ceder Sean Avery é que foi cortar na carne, mas isso é necessário quando você quer adquirir um defensor de alto nível no dia-limite.

Edmonton Oilers: Lamentável que a gerência não tenha segurado a onda para se manter na briga pelos playoffs. Brad Isbister não tem a habilidade de Anson Carter e agora o time não conta mais com o defensor Janne Niinimaa. Enfim, são as mazelas de uma franquia com fortes restrições orçamentárias.

Florida Panthers: Adeus Valeri Bure! Essa é a grande vitória do time.

Los Angeles Kings: A preferência por Aaron Miller sobre Mathieu Schneider é um tanto estranha, mas vamos acreditar que seja pela idade. Mantendo um, liberaram outro e receberam muito bem por isso. Detentores de três escolhas de primeira rodada neste próximo recrutamento, os Kings estarão reformulando o elenco. Tim Gleason parece ter um bom futuro à frente.

New Jersey Devils: Um vexame. Todos imaginavam que os Devils buscariam ao menos um atacante para tentar sanar a carência de ofensividade do time. Nada, foram trazer mais um defensor em Richard Smehlik.

New York Islanders: Bons negócios para a franquia trouxeram o bom defensor Janne Niinimaa e mandaram embora o duvidoso goleiro Chris Osgood. Não é para esperar muito do time nos playoffs, em caso de estarem lá, então o saldo é positivo.

New York Rangers: Todos olhamos para os Rangers como o time papa-tudo (de jogadores, títulos não) da NHL, mas sejamos sinceros: as ofertas que eles recebem são irrecusáveis. Kovalev já veio barato, como iriam imaginar que os Oilers negociariam seu líder em pontos? De qualquer forma, não adianta. Carter teria mais chances de jogar os playoffs em Edmonton.

Ottawa Senators: Fizeram o que todos sempre diziam para que fizessem: colocar mais músculos no elenco. Vaclav Varada e Rob Ray chegaram dentro deste espírito. Bryan Smolinsky é uma adição que traz experiência ao time, que se considera — e é — real candidato ao título.

Philadelphia Flyers: Foi o time que mais se deu bem nessa história toda, pagando barato pela qualidade que trouxeram. Já haviam trazido praticamente de graça o (outrora?) bom defensor Dmitry Yuschkevich, conseguiram trazer um artilheiro como Tony Amonte sem desembolsar o que se esperaria. Sequer uma escolha de primeira rodada foi envolvida. Aguardem o retorno da dupla Roenick-Amonte. Não há mais qualquer desculpa para uma repetição do desastre do ano passado.

Phoenix Coyotes: Deixaram Amonte sair muito barato, mas trouxeram Jan Hrdina por um preço igualmente baixo. E ainda Chris Gratton, que ao menos traz mais presença física ao elenco.

Pittsburgh Penguins: Colocaram uma placa de "Liquidação, queima total de estoque! Aproveitem, chances irrecusáveis!" na porta e saíram detonando jogadores do elenco. De todos que saíram neste final, o que dói mesmo é Jan Hrdina, jogador de qualidade que facilmente lidera uma segunda linha num time médio como os Penguins. Mas a ordem era chegar a 2004 com as finanças arrumadas. E possivelmente com meio time júnior no gelo.

St. Louis Blues: Há semanas que esperava-se a negociação de Sean Burke para os Blues, mas parece que o Phoenix tentou se aproveitar do desespero deles e pediu algo como três escolhas de primeira rodada. St. Louis mandou o time de Gretzky passear e foi atrás de Chris Osgood, possivelmente o único goleiro com experiência de playoffs que também estava disponível. Sim, eles melhoram no gol, mas quem tem confiança em Osgood hoje em dia? Valeri Bure deve ser um presente de grego.

San Jose Sharks: Já imaginaram se Teemu Selanne não renovar com os Sharks? Arrependimento vai matar. O retorno por Owen Nolan valeu a pena, assim como a própria saída dele.

Tampa Bay Lightning: Já devem se dar por satisfeitos por terem saído da chacota para a disputa dos playoffs. Deveriam ter melhorado o corpo defensivo, mas o único ato nesta direção foi trazer Marc Bergevin. Ou seja, nada.

Toronto Maple Leafs: Provavelmente o time que mais cresceu com as trocas. A grande crítica aos Leafs era quanto à defesa e Glen Wesley foi a resposta. Não é uma contratação do estilo de puxar o gatilho, mas trata-se de um defensor com boas características defensivas. Phil Housley é o defensor-quarto-atacante e um excelente nome para qualquer time de vantagem numérica. Owen Nolan tem o perfil de um jogador de playoffs. Forte, brigão e artilheiro. Mas o que marca mesmo em Toronto é a menor das negociações feitas, a volta de Doug Gilmour. Claro que ele não será um fator de grande importância ofensiva ou defensiva. Ele será o fator de emoção de uma fanática torcida que o idolatra. Que venha a Batalha de Ontário mais uma vez, possivelmente o grande evento da NHL nos playoffs deste ano!

Vancouver Canucks: Faltou grana e os Canucks têm time para brigar pelo título sem precisar de mais gente. Pra não ficar em branco trouxeram de volta o brutamontes Brad May.

Washington Capitals: Sergei Berezin não é muita coisa, certo, mas vá lá, é sim um reforço ao elenco dos Caps.

Marcelo Constantino torce para que Toronto ou Ottawa chegue às finais pela Conferência Leste.
 
  MAIS FORTES AINDA O Toronto Maple Leafs foi o time que mais se reforçou na reta final aé o dia-limite de trocas. Nolan, Wesley (2), Housley e Gilmour mostram que desta vez Pat Quinn puxou o gatilho para vencer a Stanley Cup. (John Ulan/CP - 10/03/2003)
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Página publicada em 13 de março de 2003.