Por
Alexandre Giesbrecht
Peraí... Eu já falei sobre os Sharks aqui antes. Eu não
me esqueci disso. O problema é que eles continuam em voga. Um
dos times de quem mais se esperava no início da temporada levou
um tombo tão feio, que pode ser considerado um dos maiores fiascos
na história da NHL. Eles tinham vaga praticamente assegurada
na difícil corrida aos playoffs do Oeste. Tinham um elenco que,
se não era recheado de estrelas, ao menos tinha jogadores sólidos,
de qualidade inquestionável. Tinham um técnico que os
levou a campanhas melhores a cada temporada que passava. Tudo isso antes
mesmo de a temporada começar.
No entanto, onde estão eles? Dez pontos atrás da última
vaga para os playoffs, praticamente sem chances, motivo de risadas até
para franquias patéticas, como Atlanta e Buffalo. O tal do técnico,
Darryl Sutter, já está treinando outro time, o Calgary.
Para seu lugar, o gerente geral Dean Lombardi trouxe Ron Wilson, um
técnico durão que já conseguiu alguns resultados
bons em outros times.
Mesmo Wilson já parece ter perdido as esperanças. Depois
da derrota por 3-0, em casa, para os Islanders, na última quinta-feira,
ele deu uma declaração no mínimo curiosa: "Nunca
estive tão confuso e perplexo com um elenco. O que os faz se
mexer? Nada os faz se mexer. Eu poderia usar um daqueles pedais para
reanimar corações, e ainda assim não conseguir
resultados. Mesmo um marcador de gado não funcionaria."
O que uma campanha ruim não faz com uma pessoa... Enquanto isso,
Owen Nolan, capitão e estrela do time, que faz uma temporada
decepcionante, parece estar de saída. Ou ao menos era isso que
Lombardi gostaria. Ao que parece, o GG está tentando trocá-lo,
mas ainda não achou interessados em assumir seu contrato, que
lhe paga US$ 5,5 milhões nesta temporada, mais US$ 13 milhões
pelas próximas duas.
O time que parece mais próximo de ficar com Nolan é o
Toronto, que, se quiser mesmo o jogador, vai ter de ceder Brad Boyes,
o principal prospecto de ataque dos Leafs, uma escolha de primeira rodada
em 2003 e Alyn McCauley, um central de quarta linha. Boyes, escolhido
na primeira rodada do recrutamento de 2000, lidera a artilharia da AHL,
com 22 gols e 48 pontos em 63 jogos. Lombardi e um de seus olheiros,
Cap Raeder, foram vistos em um jogo do time de Boyes, o St. John's,
no começo do mês. Outro time interessado seria o Philadelphia.
Quem sabe uma troca dessas não traz os Sharks de volta para os
playoffs na próxima temporada? Por enquanto, eles podem esquecer
aquele status de favoritos que tinham até o primeiro jogo da
temporada. No início da próxima, eles serão um
belo ponto de interrogação. Repetirão a campanha
medíocre de 2002-03 ou voltarão a se destacar na elite
da NHL, como em 2001-02?
O fato de não ir para os playoffs vai também mexer com
as finanças do time. Eles vão deixar de ganhar cerca de
US$ 1 milhão por jogo em casa na primeira fase; US$ 1,2 milhão
por jogo em casa na segunda. Nos últimos cinco anos, o time mandou
boletos para pagamento de ingressos de playoffs já em fevereiro.
No caso de as partidas não serem jogadas, o dinheiro podia ser
usado na compra de ingressos para a temporada seguinte. Esse adiantamento
gerava, na pior das hipóteses, algum rendimento em fundos de
investimento. Já estamos no fim do mês, e ainda não
se viu tais boletos. A diretoria do time vai esperar até o início
de março para decidir se eles vão sequer emitir os boletos.
Ah, sim, os ingressos aumentaram de preço no início da
temporada. Claro, as pessoas pagam mais para ver um time favorito. Mas
pergunte a um torcedor o que ele acha. Michael Carey diz que é
quase uma fraude pagar tais preços para ver um time não
dar tudo de si: "Não interessa se nós temos 12 jogadores
no banco de penalidades, mas mostre que você está tão
frustrado quanto a torcida".
Como dizer a esse torcedor que é bem possível que os ingressos
venham a aumentar no final da temporada? Eu não gostaria de estar
na pele do encarregado disso.
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Alexandre Giesbrecht, publicitário, vai passar quase todo
o Carnaval em São Paulo, mesmo, que vira uma cidade do interior
nessa época. |
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CENA NADA FREQÜENTE Gol
dos Sharks (Selanne): cena que não vista tantas vezes quanto
o esperado. Ainda mais contra o Dallas do goleiro Marty Turco (Tony
Gutierrez/AP - 16/02/2003) |
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