Por Marcelo Constantino

Vejam a situação: Detroit e St. Louis disputam ponto a ponto o título da Divisão Central. Quem perder esta disputa vai arrematar a quarta ou quinta colocação na Conferência Oeste. Isso significa que o perdedor provavelmente irá enfrentar, logo na primeira fase dos playoffs, o Colorado Avalanche. O retorno de Steve Yzerman e o fim da má fase do time chegaram em boa hora para os Red Wings, assim como Sean Burke poderá ser a solução do problema de goleiro dos Blues.

Há ainda a hipótese, muito pouco crível, dos Avs passarem os Canucks na disputa pela Divisão Nordeste. Duvido que enfrentar a linha de Markus Naslund seja um alívio para algum time nestes playoffs. Ou seja, a briga pela Central será boa e teremos uma grande guerra, seja lá qual for, logo na abertura da pós-temporada.

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Finalmente consegui descobrir o valor do bônus salarial que Eric Lindros recebe no New York Rangers. Além dos US$ 2,7 milhões fixos, são US$ 80 mil por partida realizada, o que dá um montante entre US$ 8,5 milhões e US$ 9 milhões por ano. Pegue isso, pegue a atual temporada dele, relembre a pior das trocas já feitas na história da NHL (a que o levou dos Nordiques aos Flyers) e faça sua refeição.

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Ainda sobre os Rangers. Faltam menos de vinte jogos para o elenco milionário de US$ 80 milhões conseguir se arrastar para alguma das últimas vagas dos playoffs. A empreitada é hercúlea, são necessárias cerca de 75% de vitórias no caminho.

Sejamos sinceros: aquilo é uma zona. A bagunça é evidente quando vemos um desesperado Glen Sather assumir as rédeas do time num dia, reclamar publicamente de Lindros no outro ("talvez eu o escale na torcida"), forçar a volta de um Pavel Bure sem condições de jogo no próximo e torrar mais dinheiro contratando Alexei Kovalev no seguinte. Isso em meio a promessas de que o time vai chegar aos playoffs de qualquer maneira e boatos de que ainda podem contratar Jarome Iginla no dia limite de trocas. Como se o problema central do time fosse ofensivo.

Só pode ser uma tentativa de reviver a lendária filosofia do Santos dos anos 60, do "levamos cinco atrás, mas fazemos seis na frente e ganhamos o jogo". O fim do filme todos já conhecem e não agüentam mais rever.

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Volte uns dois meses atrás e pense na manchete: "Boston Bruins fora dos playoffs". Seria risível, não? Hoje é uma hipótese a ser considerada, caso os Bruins continuem com o péssimo hóquei de ultimamente. O que era visto antes como qualidade ("o time joga bem apesar das ausências de Sergei Samsonov, Kyle McLaren e Byron Dafoe") agora é visto como causa do declínio (substitua a expressão "joga bem apesar das" por "sente as" no parêntese anterior).

Sem Dafoe, o técnico Robbie Ftorek planejava ter Steve Shields como titular, mas decidiu por John Grahame, diante de suas boas atuações. De um ponto em diante a casa começou a cair, Grahame foi detonado e McLaren foi negociado por Jeff Hackett. Não adiantou, o goleiro ex-Montreal tem média de aproveitamento de defesas inferior a 90% e média de gols sofridos superior a três por partida em Boston. Shields não inspira confiança.

Auge: Boston foi o primeiro time a chegar aos 40 pontos na temporada. Queda: Desde dezembro, o aproveitamento está na casa dos ridículos 35%.

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O MVP de 2002-2003 segue em seu calvário. Nem tão ruim como no início, agora Jose Théodore não tem mais Jeff Hackett na sua sombra e o time segue de mal a pior. Em plena corrida final para os playoffs, Théodore perdeu sua oitava partida nas últimas nove. Ele mesmo admite que o time precisa começar a jogar melhor, a começar pelo próprio goleiro. E pensar que Hackett foi negociado em troca de quase nada.

Será uma pena a NHL ficar com menos um time canadense nos playoffs. O consolo é que os três que lá estarão - Ottawa Senators, Toronto Maple Leafs e Vancouver Canucks - são reais candidatos à Stanley Cup.

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Numa das campanhas mais absurdas já vistas nos últimos anos na NHL, o San Jose Sharks começou a temporada como um dos favoritos ao título da Stanley Cup e vai terminar desclassificado dos playoffs. Diante disso, deverá ser um grande mercado de jogadores para o dia limite de trocas. O gerente geral do time, Dean Lombardi, já confirmou que vem sendo bastante assediado nos últimos dias para esta finalidade.

Os Senators, em busca de músculos para o time nos playoffs, já perguntaram por Scott Thornton; os Maple Leafs gostariam do decepcionante Owen Nolan e do carniceiro Bryan Marchment.

As portas de San Jose não estão fechadas, muito pelo contrário. Tendo aumentado a folha de salários em US$ 11 milhões na expectativa de uma corrida séria e consistente pelo título, o prejuízo não deverá ser pequeno este ano.

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Jarome Iginla está de volta ao bom hóquei, após uma má fase durante metade da temporada. Isso já bastou para que o Calgary Flames saísse rifando-o pela liga. Os pretendentes são os mesmos de sempre, e os times que ululam pelos boatos são Rangers e Avalanche. Em Nova York o futuro é o presente. Em Denver chega a ser um acinte. Já imaginaram uma linha com Forsberg-Sakic-Iginla? Sim, o orçamento dos Avs não parece permitir esta adição, mas nunca duvide de Pierre Lacroix quando se tratar de trocas.