Por
Daniel Rocha
Nos últimos dez anos, a NHL sofreu uma brutal mudança,
principalmente devido à expansão, ocasionando o surgimento
de diversas franquias - dentre elas Panthers, Lightning, Senators -
além da mudança de outras tantas - Winnipeg para Phoenix,
Quebec para Colorado.
Os últimos a entrarem na mistura da NHL foram as franquias de
Nashville (1998), Atlanta (1999) e Columbus, juntamente com o Minnesota,
em 2000. Apesar de surgirem em um curto espaço de tempo, os rumos
escolhidos por cada gerência começam a refletir em cada
uma das equipes. Não é à toa que atualmente vemos
o Wild brigando pelo título da divisão Noroeste, enquanto
Thrashers e Predators insistem em amargar as lanternas de suas conferências.
É bom lembrar que não estou me referindo a uma situação
momentânea, já que a equipe de Nashville venceu três
da suas últimas cinco partidas, enquanto os Thrashers melhoraram
desde a chegada de Bob Hartley. A intenção é uma
abordagem geral. E os torcedores destas equipes, sintam-se à
vontade para me procurar para conversar sobre as franquias, gostaria
muito de conhecê-las melhor.
Nashville Predators:
Provavelmente a mais curiosa dentre as equipes. Contratou um
técnico logo no seu surgimento (Barry Trotz) e insiste nele,
mesmo postando campanhas negativas em todas as temporadas da sua história.
Impressionante também a satisfação da equipe com
o que recebeu no recrutamento traduzindo, o que as equipes decidiram
dispensar , ao invés de uma busca por promessas jovens, através
da aquisição de escolhas.
Não pára por ai. Nesta temporada, o GG da equipe prometeu
para os fãs da equipe que compram ingresso para toda a temporada
o reembolso de 50% caso não consigam chegar aos playoffs. Aparentemente,
o prejuízo não será pequeno. Para completar a complicada
química da equipe, a filosofia de atirar seus recém-recrutados
mais qualificados aos leões, sem a passagem pelas ligas menores,
parece não vir funcionando ao curto prazo, já que a equipe
segue sendo considerada saco de pancadas. Isso para não falar
de trocas como o envio de Cliff Ronning, líder nato da equipe,
por Jere Karalahti, que acabou se convertendo em nada, já que
o finlandês acabou penalizado pela NHL por abuso de substâncias
ilegais e se ausentará por pelo menos seis meses , além
de afirmar que não pretende voltar a jogar na América
do Norte.
Se o presente é desolador, o futuro parece melhor para a equipe.
Talvez até antes do que os torcedores imaginam, Nashville poderá
contar com uma equipe competitiva, principalmente se conseguir se livrar
de problemas com contusões. Com o retorno do capitão Greg
Johnson de uma concussão, somada às voltas do seguro Kimmo
Timonen à defesa, ao renascimento de Andreas Johansson e ao amadurecimento
de Tomas Vokoun no gol, a equipe poderá se tornar um pouco mais
competitiva. Completando com um celeiro de bons talentos, como Vladimir
Orszagh, Adam Hall, David Legwand e Scott Hartnell, provavelmente teremos
uma equipe competitiva dentro de poucos anos; ao menos se os Predators
conseguirem manter sua base.
Atlanta Thrashers:
Vemos uma equipe que mudou seus rumos repentinamente nesta
última temporada. Após três temporadas de insucesso,
a cidade de Atlanta parece não suportar uma equipe perdedora,
levando o GG Don Waddell a mudanças drásticas de rumo.
A gerência começou com planos de construir uma equipe forte
o suficiente em cinco anos. Como acontece em quase todos os setores,
planos desse tipo claramente não funcionam, e foi o que ocorreu.
O recrutamento de expansão, como sempre, foi medíocre,
trazendo muito pouco, senão nada a essa equipe. Patrik Stefan,
primeiro recrutado geral de 1999 e grande promessa da equipe, parece
ainda não ter amadurecido o suficiente, apesar de estar em sua
quarta temporada.
A esperança se renovou com o aparecimento de dois novos nomes,
que surpreenderam a liga: Dany Heatley e Ilya Kovalchuk. Não
foi suficiente para a equipe deixar de perder, e mais mudanças
estavam por vir. Muitos agentes livres e trocas por veteranos depois
em particular na defesa, onde trouxeram Uwe Krupp, Richard Smehlik
e Byron Dafoe , a equipe pouco melhorou, e finalmente foi dada
a cartada final. Bob Hartley, campeão com o Colorado Avalanche,
seria o homem a mudar o rumo da equipe.
Por enquanto parece vir funcionando. A equipe melhorou e tem feito da
vida de equipes líderes, como Ottawa e St. Louis, mais complicadas.
Se conseguir manter o padrão, a equipe tem um futuro promissor.
Stefan, devagar e sempre, começa a mostrar sinais de progresso,
Pasi Nurminem e Mila Hnilicka parecem ter futuro e a dupla Heatley e
Kovalchuk falam por si só. Será que se o plano for aumentado
para seis anos ele será bem sucedido?
Minnesota Wild:
Sem sombra de dúvida, a equipe que mais progrediu desde
seu surgimento, e este progresso tem um nome: Jacques Lemaire. Tudo
bem, um pouco de sorte também ajudou.
A influência de Lemaire claramente foi a inserção
de um esquema tático já definido em uma equipe que precisava
de uma identidade, assim como qualquer equipe que surja. Certamente
a armadilha na zona neutra (neutral zone trap, no original) não
é uma das táticas mais emocionantes de serem vistas, mas
trouxe à equipe, inclusive aos seus prospectos, um senso de responsabilidade
defensiva acima da média. Além disso, o recrutamento de
expansão foi mais generoso com eles, trazendo bons jogadores
como Filip Kuba, Wes Walz e Sergei Zholtok. O rápido amadurecimento
de Marian Gaborik e Pierre-Marc Bouchard na área ofensiva, além
da aquisição de dois bons goleiros em Manny Fernandez
e Dwayne Roloson também ajudaram. Se a química for mantida,
será um candidato forte à Stanley Cup nas próximas
temporadas, o que seria bom não somente para Minnesota, como
também para a liga no geral. Isso porque a cidade claramente
respira hóquei, além de voltar a ter uma franquia competitiva,
após a transferência dos North Stars para o sul, mais exatamente
para Dallas.
Columbus Blue Jackets:
Ainda não encontrou o seu lugar na liga, e tem sua vida
em nada facilitada, jogando em uma forte divisão que inclui Blues,
Red Wings e Blackhawks. Para completar, a equipe se encontra com um
GG que assumiu interinamente o posto de técnico também,
e cujo melhor movimento foi ter assinado Andrew Cassels como agente
livre, reunindo-o com Geoff Sanderson, como nos tempos de Whalers. Até
agora tem funcionado.
O problema reside na profundidade da equipe, que é praticamente
nula. Após três anos, somente dois prospectos parecem aptos
para a liga, Rostislav Klesla e Rick Nash, sendo que esse último
ainda tem muito que aprender para explodir na liga.
A equipe possui ainda alguns destaques, como Espen Knutsen, Ray Whitney,
e Luke Richarson, além do bom goleiro Marc Denis. Parece pouco
para enfrentar uma liga tão competitiva como a NHL. Os bons técnicos
que estavam dando sopa como Gary Sutter e Bob Hartley também
já não estão mais livres.
Bem, só o futuro dirá o que pode acontecer com cada uma
dessas franquias. Dentro de dez anos, poderemos ver e comparar quem
atingiu o nível de Ottawa, Tampa Bay, Florida... por enquanto,
ficam só as previsões.
Espero que em dez anos ninguém se lembre desta matéria!
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Daniel Rocha aprendeu a assinar as matérias, mas continua
apanhando mais que time de expansão em primeira temporada,
na hora de escrever |
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