Por
Rafael Roberto
O Colorado Avalanche é sempre um dos grandes favoritos ao título
e tem vaga quase que permanente nas finais da Conferência Oeste.
É também o time que, no papel, tem a melhor dupla de centrais
em toda liga, mas se contradiz no gelo com um ataque pouco produtivo
e de pouca eficiência.
Possuindo atacantes cobiçados por praticamente todos os times,
o Avalanche ainda não conseguiu achar a combinação
certa de suas linhas: em todos os jogos o técnico Bob Hartley
arruma o time de um modo diferente. Joe Sakic, por exemplo, já
jogou ao lado de Peter Forsberg, Milan Hejduk, Serge Aubin, Steve Brulet,
hoje no Hershey Bears, time afiliado ao Avalanche na AHL, e, no último
jogo, acabou centrando Alex Tanguay e Radim Vrbata na primeira linha.
Com toda essa mistura, os atacantes não conseguem ter um entrosamento,
perdendo, assim, boa parte da regularidade que foi a característica
maior do Colorado em temporadas passadas. Só para exemplificar
o fato, Sakic marcou seis gols em três jogos seguidos (dois por
jogo) e depois passou cinco jogos sem marcar; Forsberg alterna grandes
partidas com atuações medíocres para seu potencial.
Uma das principais falhas do ataque de Denver é a deficiência
em pressionar o goleiro adversário. Isso se deve principalmente
ao fato de o Avalanche não possuir jogadores com essa característica.
Essa falta de pressão é notada principalmente nas vantagens
numéricas: o time não é mais agressivo como antes,
não consegue controlar o disco no gelo adversário nem
pegar os rebotes dos chutes de Rob Blake e Derek Morris.
Um dos resultados desta vantagem numérica medíocre, além
da não marcação de gols é a grande quantidade
de gols sofridos com o adversário em desvantagem numérica.
E o problema dos times especiais não fica restrito apenas à
vantagem numérica. A equipe desvantagem numérica, segunda
melhor na temporada passada, é a pior até agora. O motivo
principal é a falta de sincronia. Numa desvantagem numérica,
todos devem se mover juntos e na mesma direção, seja para
frente ou para trás. A defesa do Avalanche ainda não conseguiu
achar esta sincronia e os jogadores não estão com a mesma
determinação de antes para bloquear chutes.
Todo o sistema defensivo do Colorado está caótico nesta
temporada. No lugar de seis, o Avalanche tem jogado com cinco defensores,
já que D.J. Smith vem jogando cerca de dois minutos por jogo.
Para complementar, Morris ainda não se achou ao lado de Adam
Foote, ainda não conseguiu jogar tudo que pode e seus números
são fracos.
Mas o que mais impressiona na defesa do Avalanche é a falta de
atenção. Erros de passes, principalmente na zona neutra,
vêm dando aos adversários muitos ataques em que dois e
até três jogadores sobem contra um defensor apenas.
Hartley vem buscando soluções para os problemas, está
passando mais tempo treinando os times especiais e ações
básicas, como chutes a gol e passes. Os resultados já
estão aparecendo, já que os atacantes estão perdendo
o medo de chutar a gol. Agora só falta melhorar a pontaria.
Porém, Hartley tem que confiar mais em seu sexto homem da defesa.
Tanto Smith quanto Brian Muir são jogadores que têm potencial
e talento para serem defensores regulares. Tirar um pouco do tempo no
gelo dos principais defensores é fundamental para mantê-los
saudáveis e descansados para os playoffs.
Pierre Lacroix, gerente geral do time, também está trabalhando
e procura reforçar seu ataque. Ele mandou um "espião"
assistir aos jogos do New York Islanders, para pegar todas as informações
possíveis sobre Brad Isbister. Um jogador da qualidade dele seria
uma injeção de ânimo ao ataque do Colorado.
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Rafael Roberto ouviu alguns jogos dos Islanders e está
louco para ver Isbister vestindo a camisa do Avalanche. |
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