Edição n.º 21 | Editorial | Colunas | Jogo da semana | Notas | Fotos
 
20 de novembro de 2002
O que há de errado com o Avalanche?

Por Rafael Roberto

O Colorado Avalanche é sempre um dos grandes favoritos ao título e tem vaga quase que permanente nas finais da Conferência Oeste. É também o time que, no papel, tem a melhor dupla de centrais em toda liga, mas se contradiz no gelo com um ataque pouco produtivo e de pouca eficiência.

Possuindo atacantes cobiçados por praticamente todos os times, o Avalanche ainda não conseguiu achar a combinação certa de suas linhas: em todos os jogos o técnico Bob Hartley arruma o time de um modo diferente. Joe Sakic, por exemplo, já jogou ao lado de Peter Forsberg, Milan Hejduk, Serge Aubin, Steve Brulet, hoje no Hershey Bears, time afiliado ao Avalanche na AHL, e, no último jogo, acabou centrando Alex Tanguay e Radim Vrbata na primeira linha.

Com toda essa mistura, os atacantes não conseguem ter um entrosamento, perdendo, assim, boa parte da regularidade que foi a característica maior do Colorado em temporadas passadas. Só para exemplificar o fato, Sakic marcou seis gols em três jogos seguidos (dois por jogo) e depois passou cinco jogos sem marcar; Forsberg alterna grandes partidas com atuações medíocres para seu potencial.

Uma das principais falhas do ataque de Denver é a deficiência em pressionar o goleiro adversário. Isso se deve principalmente ao fato de o Avalanche não possuir jogadores com essa característica.

Essa falta de pressão é notada principalmente nas vantagens numéricas: o time não é mais agressivo como antes, não consegue controlar o disco no gelo adversário nem pegar os rebotes dos chutes de Rob Blake e Derek Morris.

Um dos resultados desta vantagem numérica medíocre, além da não marcação de gols é a grande quantidade de gols sofridos com o adversário em desvantagem numérica.

E o problema dos times especiais não fica restrito apenas à vantagem numérica. A equipe desvantagem numérica, segunda melhor na temporada passada, é a pior até agora. O motivo principal é a falta de sincronia. Numa desvantagem numérica, todos devem se mover juntos e na mesma direção, seja para frente ou para trás. A defesa do Avalanche ainda não conseguiu achar esta sincronia e os jogadores não estão com a mesma determinação de antes para bloquear chutes.

Todo o sistema defensivo do Colorado está caótico nesta temporada. No lugar de seis, o Avalanche tem jogado com cinco defensores, já que D.J. Smith vem jogando cerca de dois minutos por jogo. Para complementar, Morris ainda não se achou ao lado de Adam Foote, ainda não conseguiu jogar tudo que pode e seus números são fracos.

Mas o que mais impressiona na defesa do Avalanche é a falta de atenção. Erros de passes, principalmente na zona neutra, vêm dando aos adversários muitos ataques em que dois e até três jogadores sobem contra um defensor apenas.

Hartley vem buscando soluções para os problemas, está passando mais tempo treinando os times especiais e ações básicas, como chutes a gol e passes. Os resultados já estão aparecendo, já que os atacantes estão perdendo o medo de chutar a gol. Agora só falta melhorar a pontaria.

Porém, Hartley tem que confiar mais em seu sexto homem da defesa. Tanto Smith quanto Brian Muir são jogadores que têm potencial e talento para serem defensores regulares. Tirar um pouco do tempo no gelo dos principais defensores é fundamental para mantê-los saudáveis e descansados para os playoffs.

Pierre Lacroix, gerente geral do time, também está trabalhando e procura reforçar seu ataque. Ele mandou um "espião" assistir aos jogos do New York Islanders, para pegar todas as informações possíveis sobre Brad Isbister. Um jogador da qualidade dele seria uma injeção de ânimo ao ataque do Colorado.

Rafael Roberto ouviu alguns jogos dos Islanders e está louco para ver Isbister vestindo a camisa do Avalanche.
ALGO O SEGURA Peter Forsberg também não está consistente, mas é uma das esperanças do Avalanche para mais uma Stanley Cup (David Zalubowski/Rocky Mountain News - 15/11/2002)
Edição atual | Edições anteriores | Sobre The Slot BR | Contato
© 2002 The Slot BR. Todos os direitos reservados.
É permitida a republicação do conteúdo escrito, desde que citada a fonte.
Página publicada em 18 de novembro de 2002.