Por
Thomaz Alexandre
Os Penguins não puderam manter Jaromir Jagr, o maior pontuador
dos anos 90, para seus dois últimos anos de contrato. Os Capitals
podiam, e os Pens trocaram-no por três recentes recrutas de primeira
rodada e uma quantia em dinheiro. Uma esmola para quem levava um homem
de mais de cem pontos por ano.
Os Penguins não puderam manter Robert Lang, seu principal central
de marcação e também boa arma ofensiva, após
o fim de seu mais recente contrato. O Washington podia, e deu a Lang
US$ 2 milhões a mais do que ele ganhava em Pittsburgh. Os Penguins
saíram de mãos vazias.
Numa decisão muito estranha, o gerente geral Craig Patrick deixou
o defensor Rick Berry, adquirido na despedida forçada de Darius
Kasparaitis, desprotegido no Recrutamento de Desistência. O que
fez parecer que a troca ficaria Kasparaitis por Ville Nieminen.
Berry, um dos únicos jogadores dos Penguins cuja performance
se salvou na catastrófica derrocada final em 2001-02, foi selecionado
no já citado Recrutamento de Desistência. Advinhem.
Sim, pelo Washington Capitals.
Se não bastasse, Kip Miller, que chegou a formar a linha principal
dos Penguins com Jaromir Jagr em 1999, também foi levado para
lá após um ano nos Islanders.
Vejam que prático: enquanto os Penguins desenvolvem seus prospectos
em Wilkes-Barre/Scranton, os Oilers, em Hamilton e por aí vai
com os celeiros localizados na AHL, os Capitals excedem. Eles possuem,
sim, seu celeiro afiliado, que se chama Portland Pirates e disputa a
American Hockey League. Quantos jogadores se destacaram lá para
depois chegar aos Capitals, prontos para o estrelato? Não tantos
quanto os que vieram de Pittsburgh.
Em 2001-02, Jaromir Jagr apareceu fora de forma na pré-temporada
e seu ano, apesar de melhor do que as críticas fizeram parecer,
foi aquém do que ele já havia mostrado em Pittsburgh neste
ponto de sua carreira.
Para esta temporada, Ron Wilson, treinador de mentalidade defensiva,
foi demitido. Bruce Cassidy assumiu, montou a linha Bondra-Lang-Jagr,
tentando se aproveitar do maior rigor contra a obstrução,
tirou Jaromir das linhas de matar penalidade, na tentativa de descansá-lo,
e trabalhou no aprimoramento da vantagem numérica.
Parece estar dando certo, com os Capitals tendo se mantido com 100%
de aproveitamento após três jogos. Jagr lidera o time em
gols, pontos e gols da vitória, Lang lidera em assistências
e em mais/menos. Miller vem com um ponto por jogo, entrando eventualmente
na linha principal, e Berry já se estabeleceu no time até
mesmo no reino de Calle Johansson: a defesa em vantagem numérica.
Parece bom, não? Faltou um detalhe: o contrato de Alexei Kovalev
com os Penguins termina neste ano, e ele quer mais de US$ 8 milhões
por temporada, US$ 3,6 milhões além do salário
atual, para renovar.
3, Washington Capitals, Jaromir Jagr (vantagem numérica)
(Rick Berry, Robert Lang), 15:24
Não estranhem se cada vez mais virem jogadores familiares entre
si se destacando na liga. Só não esqueçam de notar
nos uniformes, pois não foram os Penguins que mudaram para as
cores azul e preta.
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Thomaz Alexandre vê um futuro (ainda mais) sombrio após
a aposentadoria de Lemieux. |
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