Por
Marcelo Constantino
Passada a alegria de mais um título e todos os festejos, os torcedores
do Detroit Red Wings receberam a notícia de que Dominik Hasek
estava realmente se aposentando da NHL. O goleiro realmente teve grandes
oportunidades para anunciar que ficaria por mais algum tempo
seria ideal fazê-lo durante as comemorações ,
mas não o fez. Era o sinal de que não voltaria.
Foi a segunda grande perda do time campeão. Grande não,
colossal, irreparável. Afinal, saiu o técnico mais vencedor
da história da Liga, verdadeira lenda viva, único. E saiu
também um dos maiores goleiros da história da NHL, que
veio para Detroit somente para conquistar o título que lhe faltava
e encerrar sua brilhante carreira no topo.
Sem goleiro para levar o time a uma nova conquista, os Wings miraram
no mercado de jogadores com passe livre, onde havia três goleiros
de alto calibre: Curtis Joseph, Eddie Belfour (claro, há controvérsias...)
e Byron Dafoe (este, num degrau abaixo). Cujo era o melhor deles e,
como Hasek, recusou uma melhor oferta de seu próprio time
o Toronto Maple Leafs para vir para Detroit ter a chance real
de vencer a Stanley Cup. É isso que faz a mágica deste
troféu: jogadores (quase) consagrados que preferem ganhar menos,
mas ter a chance real de vencer.
Resolvido o problema no gol, vamos à defesa. O ponto crucial
era assinar com Chris Chelios, mais de 40 anos de idade, que havia feito
uma temporada digna de Troféu Norris. Os Rangers naturalmente
chegaram oferecendo mais que os Wings, que queriam mantê-lo pelo
mesmo valor. Chelios conseguiu um aumento por parte da gerência
do Detroit nada que cobrisse a oferta do time dinheiro-não-traz-felicidade
de Nova York e ficou. Estava resolvido o outro grande problema
do time.
Steve Duchesne não faria mais parte dos planos dos Wings e, numa
atitude de grande caráter, abdicou da opção de
mais um ano de contrato que teria. Até o momento está
sem clube e ainda é possível que retorne a Detroit, tal
a necessidade de mais um defensor experiente no clube e tal o cartaz
que Steve passou a ter por lá, tanto por sua atitude, como pela
incrível disposição em continuar no gelo no jogo
3 das finais, após ter quebrado sete dentes frontais da boca.
Fredrik Olausson protagonizou uma dessas atitudes inexplicáveis.
Avisou à gerência do Detroit que estava voltando para a
Europa, que encerrava sua participação na NHL neste ano.
E não é que semanas depois ele decide voltar, e para o
Anaheim Mighty Ducks! Como entender uma figura dessas?
A boa notícia para todos que torcem pelo Wings é que finalmente
a mala Uwe Krupp foi embora. Vai ser lixeiro no Atlanta. De qualquer
forma, dificilmente o novo técnico dos Wings, o ex-assistente
Dave Lewis, seguirá com dois novatos no time titular. Maxim Kuznetsov
se é que ele ainda será novato e Jesse Wallin
podem e devem atuar bastante no time nesta temporada, mas ambos no gelo
até o fim é algo que só ocorrerá se realmente
surpreenderem.
Resta sanar alguns problemas menores e pontuais, como acertar com Igor
Larionov por mais um ano e renovar com Darren McCarty, ídolo
eterno de Detroit. Larionov será de grande utilidade para o time
com Yzerman de fora da primeira metade da temporada e com os novos talentos
Datsyuk, Williams e Zetterberg tendo papéis mais
relevantes no time. Já McCarty o lugar dele é em Detroit
e ponto final. Impossível e inconveniente sequer imaginá-lo
com outra camisa.
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Marcelo Constantino Monteiro está confiante de que os Wings
são favoritos mais uma vez ao título da Stanley Cup
e que o Colorado Avalanche será novamente o adversário
a ser batido. |
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NOVO TÉCNICO Dave Lewis,
assistente do time desde 1987, substitui Scotty Bowman, que se aposentou
logo depois da conquista de mais um título da Stanley Cup
(Rebecca Cook/Reuters - 17/07/2002) |
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DEFESA DO TÍTULO COMEÇA
SEM ELE Yzerman lutou durante todos os playoffs contra
uma contusão no joelho e ainda assim terminou em segundo
lugar na pós-temporada com seis gols e 17 assistências
(Gary Hershorn/Reuters - 13/06/2002) |
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