19 de junho de 2002
Giesbrecht: O que esperar do recrutamento

Por Alexandre Giesbrecht

Muitos consideram o próximo recrutamento o mais fraco em anos. É provável que seja mesmo, mas não para os primeiros times que escolherão. Aparentemente, os quatro jogadores mais bem cotados são excelentes, jogadores que podem sustentar um time por muito tempo. Os quatro a oito seguintes podem vir a ter algum impacto na liga. O problema é o que vem depois. O talento cai demais na segunda metade da primeira rodada e, a partir daí, um jogador cotado para ser selecionado na terceira rodada pode acabar vindo na primeira.

Essa perspectiva de não se ter certeza de quem vai para onde já começa mesmo naqueles quatro primeiros jogadores citados. Por três anos Jay Bouwmeester era considerado a primeira escolha disparado, mas um temor crescente entre os analistas de que sua garra não seja tão grande quanto seu talento é razão suficiente para duvidar que Mike Kennan, o técnico dos Panthers (que têm a primeira escolha) que solta fogo pelas ventas, vá querê-lo. Seus parcos 42 minutos de penalidades não indicam um estilo de jogo que pareça agradar a Keenan, mas ele também é o tipo do técnico que pode ensinar como agradá-lo. Se houver uma surpresa, será o ponta Rick Nash como primeira escolha, mas parece certo que Bouwmeester será selecionado com a primeira escolha pelos Panthers — ou por algum time que convença o gerente geral Rick Dudley a trocar a escolha.

Parece certo que o goleiro Kari Lehtonen vai ser escolhido pelos Thrashers com a segunda escolha. Pode não ser o segundo melhor jogador disponível, mas é o único "goleiro de franquia" em todo o recrutamento e é atrás disso que os Thrashers estão, mas isso eles podem conseguir com uma eventual troca, como, inclusive, chegou a ser cogitado no último recrutamento. Para a sorte dos Thrashers, eles não arriscaram e acabaram com Ilya Kovalchuk. Outro goleiro de quem se esperava muito era Maxime Daigneault, mas ele caiu como uma rocha neste ano e não mais aparece sequer na lista dos 30 mais, que tem ainda Jeff Deslauriers e o suíço Tobias Stephan como outras opções no gol.

Voltando a Rick Nash: ele seria um excelente jogador para os Jackets, que detêm a terceira escolha. O problema para eles vai ser se os Thrashers escolherem Nash ao invés de Lehtonen. No entanto, isso parece pouco provável, já que os Thrahsers, além de estarem à procura de um goleiro, já têm Kovalchuk e Dany Heatley na frente. Como os Jackets já escolheram um goleiro, Pascal Leclaire, no último recrutamento, dificilmente eles iriam com Lehtonen. Com o zagueiro-prospecto Rostislav Klesla já amadurecendo, é claro que os Jackets irão atrás de um atacante. Se Nash não estiver disponível, sempre há a possibilidade de uma troca (se bem que eles terão pouco tempo depois de saber quem será escolhido pelos Thrashers) e a de procurar alguém mais embaixo, já que o quarto da lista é também zagueiro, Joni Pitkanen.

Isso alteraria bastante a cara do recrutamento, já que os Penguins, com a quinta escolha, poderiam ter um dos quatro jogadores principais. A quinta escolha é uma das mais intrigantes, pois os Pens têm uma variedade de possibilidades, como os pontas Joffrey Lupul, Scottie Upshall e Eric Nystrom, e os zagueiros Ryan Whitney, Steve Eminger e Anton Babchuk.

Pitkanen é visto como talvez o melhor zagueiro disponível, melhor até que Bouwmeester, a longo prazo, mas isso é apenas uma aposta. Lupul sequer aparecia nas três primeiras rodadas no início da temporada, mas os 56 gols que marcou na temporada, liderando todas as ligas juniores, alteraram este cenário e agora muitos o vêem como quinta escolha. Whitney também é uma possibilidade: excelente zagueiro ofensivo, ainda precisa melhorar atrás. Ambos podem virar estrelas, mas podem também sumir em poucos anos.

Upshall é pequeno, mas tem um estilo agrssivo. Não deve ser a quinta escolha, já que os Pens já têm um jogador com estas características, Colby Armstrong, recrutado no ano passado. Upshall poderia se dar bem nos Predators, que escolhem logo depois dos Pens. Anton Babchuk é um zagueiro sólido, comparado a Chris Pronger, mas ainda não se sabe se ele estará disposto a abandonar a Rússia nos próximos anos.

Eu poderia me alongar mais aqui, mas prefiro terminar a análise na semana que vem, depois das escolhas efetivadas.

Alexandre Giesbrecht, publicitário, não espera que tenha acertado todas as previsões, mas gostaria d ever todos os seus analisados cumprirem as expectativas.
 
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Página publicada em 17 de junho de 2002.