Por
Jacy Borreaux
Há algum tempo as coisas corriam bem melhores no planeta Terra. O metrosexualismo
ainda não existia, o Metallica lançava grandes álbuns, a Playboy ainda
não custava R$ 10,90 e a NHL crescia a patinadas rápidas, tal qual um
breakaway de Ilya Kovalchuk.
A conquista da Copa Stanley pelo New York Rangers em 1994 daria o impulso
definitivo e necessário, já que Nova York é a capital da mídia mundial
e ter uma equipe sua campeã de uma das grandes ligas faria com que a
NHL ganhasse espaço de outros esportes. Até que o comissário Gary Bettman
mostrou sua incapacidade de negociação e o final todos já conhecemos.
De lá para cá a coisa só foi piorando. Hoje. além da ameaça das armas
químicas de destruição em massa, do Bush e do programa do Gugu, temos
a iminência de outra greve na NHL. O filme está prestes a passar novamente
e tem o mesmo diretor.
A possível greve encerará a carreira de grandes jogadores e talvez de
grande equipes. Os torcedores dos Red Wings estão preocupados com a
debandada de metade da equipe. Não se deixem abater. Não há nada que
essa possível longa greve e talvez um teto salarial não possa piorar.
Antes que os torcedores do Avalanche abram um sorriso com a situação
dos Wings, lembrem-se que Peter Forsberg pode colocar em prática seu
eterno plano de voltar a jogar pelo seu Djugardens sueco, deixando os
Avs dependendo de Teemu Selanne e Peter Worrell. Ou seja, deixando os
torcedores dos Avs na m#@%erda. Brincadeira, ainda vai sobrar Blake,
Sakic e outros. Mas a perda de Forsberg para os Avs será mais do que
considerável.
Esperanças de que uma paralisação não ocorra? Claro, afinal apenas uma
minoria de 99,5% dos donos de equipe da liga quer ver a situação resolvida
para o bem dos torcedores e não estão nem aí pra esse treco capitalista
e sem importância denominado dinheiro.
Não é só para equipes e jogadores que a situação vai ficar preta. Aqui
na redação da sua The Slot BR a coisa está ainda pior. Por exemplo,
o editor-chefe-ditador da revista, Alexandre Linhares, disse que foi
pro Chile pra esquiar, mas na verdade foi pedir asilo político. Como
não conseguiu, sofrerá a ira dos estagiários.
Isso mesmo! Agora, com a iminência de demissão em massa aqui na Slot,
os funcionários não mais se submeterão às imposições do editor-chefe-ditador.
Os estagiários de jornalismo, transformados por ele em fazedores de
café e em garçons aqui na redação, serão os primeiros vingadores. A
cova rasa também será o destino do supervisor de textos Marcelo Constantino.
Também perderemos nossos patrocinadores. Vocês verão a decadência já
nas próximas edições da sua Slot. Primeiramente iremos migrar para a
HPG e vocês vão ter que aturar milhares de janelinhas pop-ups sapecando
na sua tela, e depois a sua Slot virá em preto e branco pra economizar
as caras tintas coloridas da gráfica.
Eu me arrependo de ter recusado um contrato milionário com a The Hockey
News para uma coluna diária, e agora vou ter que voltar a me dedicar
ao que sempre fiz na vida antes de me tornar um escritor inútil e sem
talento da Slot. Voltarei a ser um motorista de rabecão inútil e sem
talento na funerária da meu tio em Belford Roxo, RJ.
Pelo menos vou ter tempo, entre um enterro e outro, para torrar a grana
que ganhei aqui na Slot. Já fiz as contas e vou fazer um carnê nas Casas
Bahia, onde vou comprar um walkman da Lennox-Sound de última geração.
Geração da década de 80. Infelizmente o dinheiro não vai dar para as
pilhas. Aceito doações.
Mas nem tudo está perdido pra vocês que não passam uma semana sem a
sua revista online de hóquei sobre o gelo. Assim que for confirmada
a greve, lançaremos a The Curling-BR e a The HOLE-IN-ONE-BR, suas revistas
eletrônicas de Curling e golfe, respectivamente. Portanto vocês não
perdem por esperar.
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Jacy Borreaux é franco-canadense de
sangue, mas nasceu em Belford Roxo, RJ. Não terminou o
ensino secundário e ainda vive com seus pais. |
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