Por Claudio Aguiar

Surpresa! Mais um dos raros artigos deste colunista! Messier merecia muito mais do que essas poucas linhas que estou escrevendo aqui, mas de forma alguma esse grande ídolo poderia ter um momento como este passado em branco.

Quarta-feira, 4 de novembro de 2003. É dia de escrever mais uma página importante na história da NHL. Os Rangers jogam em casa contra os Stars, liderados por Mark Messier, 1.849 pontos, o terceiro maior pontuador na história da Liga. O capitão, vencedor de seis Copas Stanley, estava mais preocupado em ver o time vencendo e jogando bem do que bater mais um recorde, que é meramente uma conseqüência disto. Logo no início do segundo período, Alexei Kovalev, seu companheiro de time em 1994, dá uma assistência para que Messier faça o primeiro gol da partida e o ponto de empate com Gordie Howe, o "Mr. Hockey". E, quando menos se espera, com a partida já decidida (2-0 para os Rangers), faltando cinco segundos para o final do jogo, lá está ele de novo, o "Messias", novamente com assistência de Kovalev, marcando o ponto de número 1.851, que o leva a ser o segundo maior pontuador da história da NHL.

"Foram poucas as vezes na vida em que eu comemorei chegar em segundo lugar", disse Messier após a partida. "Mas vou te dizer, por causa do que Gordie já fez, ser o segundo lugar não é tão mau assim para nós, meros mortais que jogamos hóquei."

Às vezes é duro para os críticos de Mark Messier admitirem que ele é um dos melhores jogadores de todos os tempos. Uma marca histórica como esta vem em boa hora para refrescar quem tem memória curta, para que atentem para tudo o que ele já fez. Preparem-se: a próxima marca de Messier será atingida ainda nesta temporada. Quando os mais esquecidinhos já não se lembrarem mais desta página histórica, Messier irá marcar o gol de número 700. E, quem sabe, não escreverei novamente nessa ocasião?