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27 de novembro de 2002
WHA - World Hockey Association, parte I

Por J. J. Júnior, o Mec

É disco no gelo e Baré na mão! Caros amigos, vocês são torcedores do Avalanche? Dos Coyotes? Dos Hurricanes? Dos Oilers? São fãs de Wayne Gretzky? Saibam que, se não fosse a criação da WHA, o futuro da NHL seria outro e provavelmente todas essas equipes e o "Great One" passariam desapercebidos pela história do hóquei? Mas como isso tudo começou? É agora que vocês começarão a conhecer um pouco mais dessa liga que estreou há mais de trinta anos, desafiou a NHL durante sete e foi o centro da controvérsia e da turbulência no esporte norte-americano.

O começo -- No início dos anos 70, a insatisfação entre a grande maioria dos jogadores profissionais de hóquei na América do Norte era enorme. Mas por que a insatisfação era maciça? A responsável pela insatisfação e reclamação entre os jogadores foi a antiquada cláusula de reserva no contrato dos jogadores, criada pela National Hockey League. O que mais desagradava nessa cláusula era que o jogador não poderia negociar salários com as equipes e, principalmente, que o jogador só poderia assinar um contrato por uma equipe e comprometer-se-ia a jogar pela equipe por toda sua carreira profissional na liga, não podendo sair e se mudar pra outra equipe. A única alternativa dos jogadores que eram contra a essa clausula era sair da NHL e desagradar à gerência da equipe e da liga ou simplesmente desistir de jogar hóquei e se aposentar (existem algumas histórias de jogadores que, depois que saíram da NHL insatisfeitos, foram dirigir ônibus escolares!). Alguns jogadores chamavam essa época de "escravidão do hóquei profissional".

Ao mesmo tempo, em junho de 1971, os co-fundadores da American Basketball Association (ABA), os californianos Gary L. Davidson e Dennis A. Murphy, assinaram os artigos de incorporação no Tribunal de Delaware em 10 de junho de 1971. Com isso, o primeiro passo foi dado e a World Hockey Association se tornara uma liga oficial. Legal, mas como fazer pra atrair novos donos de equipes, novas arenas, novos torcedores? Veremos como a WHA conseguiu juntar forças e desafiar a toda-poderosa NHL.

Arrumando a liga -- No verão norte-americano de 1971, Davidson e Murphy estavam à procura de pessoas que tivessem a coragem de desafiar a NHL. E não é que eles acharam? Entre essas pessoas, estavam três executivos experientes do hóquei canadense, Bill "Wild" Hunter, Ben Hatskin e Scotty Munro. Dizem que a WHA cobrava US$ 25 mil para que uma equipe pudesse participar e jogar na WHA. Em outubro de 1971, numa reunião em Chicago, a WHA anunciou que não iria utilizar a cláusula de reserva existente na NHL, e, com isso, os jogadores poderiam negociar salários e trocar de equipe quando bem entendessem. Com esse anúncio, estava decretado o fim da "escravidão no hóquei profissional", e os jogadores profissionais tiveram mais esperança de poder jogar hóquei. Na WHA, é claro.

Em 1.º de novembro de 1971, no Americana Hotel, em Nova York, a WHA anunciou suas primeiras dez equipes: Edmonton Oil Kings, Calgary Broncos, New York Raiders, Winnipeg Jets, Chicago Cougars, Minnesota Fighting Saints, Miami Screaming Eagles, Dayton Aeros (localizado em Ohio), Los Angeles Aces e San Francisco SeaHawks. Vinte dias depois, mais dois times se uniram à liga: Ottawa Nationals e New England Whalers. Pronto, a WHA já tinha doze times para começar a temporada. Mas será que tinha mesmo?

Problemas iniciais -- Antes de começar a temporada regular, alguns times da WHA já tiveram problemas, "jogaram a toalha" e não puderam realizar uma partida sequer da WHA! Um desses times foi o Calgary Broncos, por motivos financeiros, que foi cedido, em junho de 1972, para Nick Mileti (o maior empresário esportivo de Cleveland na época), tornando-se o Cleveland Crusaders.

Outra equipe a desistir foi o Dayton Aeros, por causa de uma arena projetada em Dayton que não se concretizou. Por isso, o dono dos Aeros, Paul Deneau, mudou a franquia para Houston, e o time virou o Houston Aeros.

O Miami Screaming Eagles fecharia em abril de 1972, por falta de capital e por não conseguir arrumar uma arena para os jogos a tempo do começo da temporada. Logo a WHA retomou o controle dessa franquia e transferiu-a para a Philadelphia, rebatizando-a Philadelphia Blazers.

O Los Angeles Aces e o San Francisco SeaHawks estavam destinados a ser rivais no Oeste, mas os SeaHawks não conseguiriam capital necessário para manter-se na WHA, e a franquia foi vendida para um grupo de investidores de Québec por US$ 215 mil, tornando-se o Quebec Nordiques (ou Nortistas, pois era a equipe mais ao norte do continente da WHA). Com isso, o LA Aces mudou para Los Angeles Sharks, e o Edmonton Oil Kings teve que mudar de nome para Alberta Oilers, pois teria que jogar partidas "em casa" em Calgary e Edmonton.

Em termos de franquias, a WHA estava acertada e pronta pra começar sua primeira temporada regular com os problemas prematuros superados. Mas como essas franquias conseguiram completar seus elencos?

O recrutamento e a ousadia oriunda de Winnipeg -- No começo de 1972 (antes de Miami, Dayton e Calgary mudarem de cidade), a WHA organizou um recrutamento preliminar pra completar seus elencos. Esse recrutamento foi bem artesanal (a LBH, já citada aqui na Slot, tem um draft mais organizado que o da WHA), pois cada time tinha que escrever em um pedaço de papel quatro nomes dos jogadores escolhidos e, depois de escritos os nomes no papel, seriam anunciados para a WHA.

O fato principal ocorrido nesse recrutamento foi a ousadia do dono do Winnipeg Jets, Ben Hatskin. Essa ousadia foi tamanha, que chamaria a atenção de toda imprensa esportiva na época. Hatskin falou, em um tom sério, para os demais donos da WHA no recrutamento "não coloquem o nome de Bobby Hull no papel de vocês, pois eu vou contratá-lo", e essa ousadia iria contagiar a todos os donos da WHA, que atacaram o elenco dos times da NHL.

A NHL começaria a olhar a WHA com outros olhos.

Bom, voltando a Hatskin, ele falou e cumpriu o que disse. Em junho de 1972, os Jets, em associação com a WHA, anunciaram a contratação do goleador e craque do Chicago Blackhawks, Bobby "Jato Dourado" Hull. Os jornalistas na época diziam que a liga (WHA) nasceu imediatamente com essa contratação. Bobby Hull assinou um contrato, inacreditável até aquele tempo, de mais de US$ 2,75 milhões durante dez anos, e mais US$ 1 milhão de bônus para treinar e jogar pelo Winnipeg Jets.

Anteriormente, Bobby Hull era o jogador mais bem pago da NHL, ganhando mais de US$ 100 mil por ano. Só que os Blackhawks foram contra essa transação e chegaram ir à justiça, sendo derrotados. Nessa confusão, Bobby Hull ficou de fora dos primeiros 14 jogos dos Jets na primeira temporada.

Mas não foram só os Jets que tiraram craques e estrelas da NHL. Os Crusaders conseguiram contratar Gerry Cheevers, ex-goleiro do Boston Bruins; os Cougars tentaram contratar outro craque dos Blackhawks, Stan Mikita, fazendo uma proposta a ele de US$ 300 mil por temporada, mas os Hawks, tendo perdido Bobby Hull, conseguiram mantê-lo. Com isso, os Cougars contrataram o ex-asa dos Canucks Rosaire Paiement e o ex-intimidador dos Hawks Reg Fleming.

O Québec Nordiques conseguiu contratar o xerife de Montreal, o ex-defensor dos Canadiens J. C. Tremblay, e o legendário Maurice "Foguete" Richard foi o treinador do time por apenas um jogo da temporada regular. Antes de falir, o Miami Screaming Eagles anunciara a contratação do goleiro Bernie Parent (ex-Maple Leafs) e do atacante Derek Sanderson (ex-Bruins), mas, como o time terminou, a WHA enviou essa franquia para Philadelphia, que manteve esse elenco.

O Houston Aeros contratou o famoso técnico Bill Dineen, e o New England Whalers contratou de início o central Larry Pleau (ex-Canadiens), mas depois teria Ted Green, ex-defensor dos Bruins, como seu novo capitão, pegaria um trio de defensores dos Maple Leafs (Brad Selwood, Rick Ley e Jim Dorey) e assinariam com o futuro craque do time olímpico norte-americano, o asa direito Tim Sheehy. Para finalizar, os Whalers contratariam Jack Kelley para o cargo de técnico e gerente geral, por causa de seu trabalho de sucesso na Universidade de Boston. Com todas essas movimentações, a NHL começava a ter seu poderio abalado e começaria a fazer novos planos.

Os planos da NHL para combater a WHA -- A direção da NHL ficou sabendo da criação da WHA e não deu muita relevância ao caso. Para confirmar isso, um dos fundadores da WHA, Davidson, fez o seguinte comentário: "Eu nunca entenderei como um homem educado, experiente e inteligente como Clarence Campbell (comissário da NHL) nos menosprezou tanto".

Mas a WHA não se abalava e deu vários duros golpes na NHL, como tirar uma das suas principais estrelas na época, Bobby Hull, a abolição da cláusula de reserva no contrato dos jogadores e — o golpe final — a formação do New York Raiders, ou seja, a presença de uma franquia da WHA na principal cidade norte-americana. Os Raiders estavam em negociação para jogar no novo Nassau Veterans Memorial Coliseum, onde apenas o time de basquete da ABA, New York Nets, jogava. A NHL tinha criado, em 1970, o Vancouver Canucks e o Buffalo Sabres, e os próximos times seriam em Washington (Capitals) e em Kansas City (Scouts), e somente em 1974!

Com o início das negociações dos Raiders com a administração do Nassau Coliseum, a NHL ficou temerosa de perder credibilidade e público. Para que isso não acontecesse, a liga chamou William Shea para tentar colocar um time no Nassau Coliseum e tirar os Raiders de lá. A NHL foi mais feliz e conseguiu negociar com a administração do Coliseum, criando às pressas o New York Islanders. Jogando o New York Raiders para o caríssimo Madison Square Garden, ponto para a NHL, pois conseguiu que os Raiders não durassem um ano na cidade por causa do alto preço do MSG e do baixíssimo público.

A NHL criou outro time nas proximidades da Flórida, para combater o Miami Screaming Eagles. Seria o Atlanta Flames, mas a liga nem teve muito trabalho, pois os Screaming Eagles não jogariam sequer um jogo oficialmente. Pronto, a "guerra dos sete anos" entre as duas ligas começara.

Enfim, a temporada 1972-73 -- Com a guerra muito forte, a WHA não se intimidara e a sua primeira temporada regular finalmente começava. Eram 12 equipes, divididas em duas divisões (Divisão do Leste e do Oeste). Essas divisões ficariam assim:

No Leste, New England Whalers, Cleveland Crusaders, Philadelphia Blazers, Ottawa Nationals, Quebec Nordiques e New York Raiders. No Oeste, Winnipeg Jets, Houston Aeros, Los Angeles Sharks, Minnesota Fighting Saints, Alberta Oilers e Chicago Cougars.

Para ir aos playoffs, estariam classificados os quatros primeiros de cada divisão (primeiro contra quarto, e segundo contra terceiro), em melhor de sete jogos. Os destaques individuais dessa temporada seriam Bobby Hull, dos Jets, Andre Lacroix, do Philadelphia Blazers, Tom Webster, do New England Whalers, J. C. Tremblay, do Quebec Nordiques, e Gerry Cheevers, dos Crusaders. O ponto negativo da temporada foi a franquia de Nova York, pois estava à beira da falência, com péssimo público em seu estádio.

Para disputar a Avco World Trophy (a taça da WHA), o New England Whalers (melhor campanha da temporada, teve o melhor ataque e foi campeão da Divisão do Leste) e o Winnipeg Jets (campeão da Divisão do Oeste e a segunda melhor defesa da liga). Os dois primeiros jogos da Avco World Trophy foram emocionantes!

No primeiro jogo, os Whalers sofreram uma forte pressão dos Jets no início, chegaram a estar perdendo por 1-0, mas, com a atuação brilhante do goleiro Al Smith, e com Bobby Hull sentindo dores no cotovelo, os Whalers venceriam a partida por 7-2.

Entretanto, o técnico dos Whalers, Jack Kelley, não estava satisfeito e achou que o time teve muita sorte e venceu a partida pelo fato de Bobby Hull não estar 100%, além da fraca atuação dos Jets. E os dois jogos seguintes seriam em Winnipeg. No segundo jogo, na Winnipeg Arena, os Whalers chegaram a estar perdendo por 4-2, mas Tommy Williams, com seu gol e suas três assistências, ajudaria os Whalers a vencer o jogo por 7-4, colocando o time em vantagem por 2-0.

No terceiro jogo, "o bicho pegou"! Os Jets venciam por 3-0 tranqüilamente até no finalzinho do segundo período, quando Rick Ley marcou, diminuindo a desvantagem para 3-1. O capitão Ted Green diminuiria para 3-2 a cinco minutos do fim, e, para o desespero de toda Winnipeg, Tom Sheehy empataria o jogo a 1:41 do final. Mas, quarenta segundos depois, Bobby Hull marcaria o gol da vitória para os Jets.

Depois do fim do jogo, mesmo com a vitoria dos Jets, os torcedores estavam furiosos e um deles, que estava fora de controle, brigou com o capitão dos Whalers, Ted Green. A violência não parou por aí. Depois da briga de Green com o torcedor, muitos dos torcedores dos Jets tentaram invadir violentamente o vestiário dos Whalers, procurando por Rick Ley. Como Ley foi escolhido como a segunda estrela do jogo (logo, não estava no vestiário e muito menos sabia do que estava acontecendo), ninguém avisou a ele que os torcedores o estavam esperando.

Quando Ley chegou ao vestiário, pronto... A pancadaria correu solta! Os relatos da época afirmam que vários jogadores dos Whalers estavam brigando para valer com alguns torcedores dentro do vestiário. Um dos jogadores dos Whalers, Bill Bergland, quebrou o polegar ao dar um soco na cara de dois fanáticos dos Jets. E o mais impressionante era que não havia policiais na arena, e sobrou para os juízes do jogo e para os funcionários da arena conter a briga!

No quarto jogo da série, a Lynn Arena, dos Whalers, estava lotada com os 13 mil lugares completamente vendidos. Para a alegria do New England, Mike Byers marcou dois gols, e Larry Pleau e Tim Sheehy, fazendo um gol cada, levaram os Whalers a mais uma vitória por 4-2, deixando-os a uma vitória do campeonato.

O quinto jogo da série foi chamado de "Firewagon Hockey". Os Whalers não tomaram conhecimento dos Jets e ficariam à frente no placar no primeiro (4-1) e segundo períodos (6-4). Porém, os Jets não desistiram tão facilmente e chegaram a marcar o quinto gol no comecinho do terceiro. Mas era o ano dos Whalers, e o jogo seria de Larry Pleau. Pleau respondeu a esse quinto gol dos Jets com mais dois gols, garantindo o seu merecido hat trick e finalizando o jogo para os Whalers em 9-6, o que deu ao New England Whalers o primeiro AVCO World Trophy.

Bobby Hull falou depois da série para o jornal Boston Globe: "Demos créditos pra quem merece, e quem mereceu foram os Whalers. O New England tem uma grande equipe em todos os setores, de cima a baixo. Eles fizeram um excelente trabalho neste ano e foram premiados com o título".

A euforia foi tanta na época, que o The New York Times anunciava a seguinte notícia depois do jogo: "Imediatamente depois do jogo, Howard L. Baldwin, o presidente da equipe de New England, emitiu um desafio para o eventual campeão da NHL, para que se enfrentassem em um único jogo, em campo neutro, para concorrer à Stanley Cup. A Stanley Cup é considerada o símbolo da supremacia do hóquei mundial pela NHL". O ponto principal dos Whalers para ter ganho o campeonato era a qualidade de seus jogadores, como Larry Pleau, Rick Ley, Al Smith, Tom Webster, Ted Green e Tim Sheehy, e também do técnico Jack Kelley (que ganharia o prêmio de técnico da temporada).

A volta do Sr. Hóquei -- Depois da primeira temporada, uma sensacional notícia aumenta mais o prestígio da WHA no cenário mundial. No verão de 1973, o Houston Aeros ganharia um enorme prestígio na WHA, ao anunciar a contratação de nada mais, nada menos que Gordie "Sr. Hóquei" Howe, que, na época, tinha 45 anos e já tinha se aposentado jogando pelo Detroit Red Wings.

Um dos motivos para que o "Sr. Hóquei" voltasse a jogar seria a realização de um velho sonho, jogar ao lado de seus dois filhos, Marty e Mark. E a imprensa apostava que Howe não poderia se destacar na liga. É, lêdo engano... Gordie levou os Aeros a uma sensacional temporada em 1973-74, dominando a liga e ganhando a Divisão do Oeste e a Avco World Trophy, jogando contra um surpeendente Chicago Cougars (derrotando os então campeões Whalers na primeira rodada, em sete jogos). E tem mais: Gordie foi o MVP dessa temporada e seu filho Mark foi o novato da temporada, fechando um ano sensacional para os Aeros.

Mas houve outras mudanças nessa temporada. Novamente houve três equipes mudando de cidade, como o Ottawa Nationals. O caso do Nationals foi o seguinte: essa franquia era para ter jogado em Toronto, mas, como as taxas de aluguel das arenas eram altas demais para os Nationals, Ottawa foi o local mais indicado. Mas, mesmo com os Nats indo aos playoffs, o público médio era pífio (3 mil pessoas por jogo), e eles jogaram no Ottawa Civic Centre, onde cabiam 10500 pessoas.

Como os Maple Leafs perderam os playoffs da NHL em 1973, os Nationals foram jogar em Toronto nos playoffs contra os Whalers e deu certo. Os jogos tiveram excelentes públicos e não deu outra: os Nationals iriam de Ottawa a Toronto, sendo rebatizados Toronto Toros, e ainda contrataram o bom prospecto Wayne Dillon (que depois jogaria no New York Rangers) e o craque da NHL Frank Mahovlich, ex-asa esquerdo dos Canadiens (que jogaria somente na temporada 1974-75).

Outro time que mudou de ares foi o Philadelphia Blazers, pois o time, mesmo com craques como Sanderson, Parent, Andre Lacroix (que viria a jogar pelo New York Golden Blades em 1973-74) e o tecnico-jogador John McKenzie, passou por vários problemas, como a contusão muito cedo de seus craques, pouco público (principalmente por causa de seu concorrente da NHL, o Philadelphia Flyers, que estava em uma excelente fase), mas, mesmo assim, conseguiram chegar aos playoffs, sendo varridos pelo Cleveland Cruzaders.

Isso foi o estopim para que seus donos vendessem a franquia a Jim Pattison (um homem de negócios de Vancouver), e os Blazers se mudaram para Vancouver, jogando no Pacific Coliseum, onde tiveram uma boa média de público, com quase 9,4 mil torcedores por jogo, mesmo não indo aos playoffs.

Se houvesse o "Troféu Latrina", esse troféu iria para a franquia de Nova York. Essa franquia só fez trapalhadas! O NY Raiders foi vendido para Ralf Brent, que rebatizou-os NY Golden Blades. Brent tirou o artilheiro da temporada anterior, Andre Lacroix, dos Blazers, para jogar pelos Golden Blades, mas, mesmo com Lacroix, Brent viu os motivos de pouca popularidade da equipe: Rangers e Islanders sempre destruíam os Golden Blades em público nos jogos. A WHA, vendo isso, interveio e acabou com essa franquia, montando outra franquia com o elenco dos Golden Blades em New Jersey (onde se tornara o Jersey Knights) pra jogar na menor arena da WHA, a Cherry Hills Arena, com capacidade de 4 mil torcedores. Mas o problema de público continuara, pois a média ficara em torno de 2,5 mil torcedores, e o único ponto positivo do time era o seu artilheiro Lacroix, com impressionantes 111 pontos.

O Alberta Oilers mudou de nome para Edmonton Oilers, onde jogaria somente no Edmonton Garden. A temporada de 1973-74 continuaria nas mesmas duas divisões (Oeste e Leste), mas com outra arrumação: no Leste, New England Whalers, Toronto Toros, Cleveland Crusaders, Chicago Cougars, Quebec Nordiques e Jersey Knights. No Oeste, Houston Aeros, Minnesota Fighting Saints, Edmonton Oilers, Winnipeg Jets, Vancouver Blazers e Los Angeles Sharks.

Próximo capítulo -- É isso aí, pessoal: na próxima edição da Slot BR, vocês verão a segunda e última parte da pequena história da WHA, onde falarei sobre:

- Resumo das temporadas de 1974-75 até 1978-79;
- A fusão com a NHL em 1979;
- O Avco World Trophy e os demais troféus oferecidos aos jogadores;
- O confronto entre Canadá e URSS, em 1974, onde a seleção canadense era a seleção das estrelas da WHA; e outras curiosidades.

Um grande abraço a todos e até a próxima!

Mec não é padre, mas escreveu uma verdadeira bíblia.
A HISTÓRIA DA WHA
Parte I (edição 22)
Parte II (edição 23)
Parte III (edição 24)
Parte IV (edição 25)
Parte V (edição 27)
Parte VI (edição 28)
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Página publicada em 25 de novembro de 2002.