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23 de outubro de 2002
Thomaz: Capitals querem celeiro maior que o Portland da AHL

Por Thomaz Alexandre

Os Penguins não puderam manter Jaromir Jagr, o maior pontuador dos anos 90, para seus dois últimos anos de contrato. Os Capitals podiam, e os Pens trocaram-no por três recentes recrutas de primeira rodada e uma quantia em dinheiro. Uma esmola para quem levava um homem de mais de cem pontos por ano.

Os Penguins não puderam manter Robert Lang, seu principal central de marcação e também boa arma ofensiva, após o fim de seu mais recente contrato. O Washington podia, e deu a Lang US$ 2 milhões a mais do que ele ganhava em Pittsburgh. Os Penguins saíram de mãos vazias.

Numa decisão muito estranha, o gerente geral Craig Patrick deixou o defensor Rick Berry, adquirido na despedida forçada de Darius Kasparaitis, desprotegido no Recrutamento de Desistência. O que fez parecer que a troca ficaria Kasparaitis por Ville Nieminen.

Berry, um dos únicos jogadores dos Penguins cuja performance se salvou na catastrófica derrocada final em 2001-02, foi selecionado no já citado Recrutamento de Desistência. Advinhem.

Sim, pelo Washington Capitals.

Se não bastasse, Kip Miller, que chegou a formar a linha principal dos Penguins com Jaromir Jagr em 1999, também foi levado para lá após um ano nos Islanders.

Vejam que prático: enquanto os Penguins desenvolvem seus prospectos em Wilkes-Barre/Scranton, os Oilers, em Hamilton e por aí vai com os celeiros localizados na AHL, os Capitals excedem. Eles possuem, sim, seu celeiro afiliado, que se chama Portland Pirates e disputa a American Hockey League. Quantos jogadores se destacaram lá para depois chegar aos Capitals, prontos para o estrelato? Não tantos quanto os que vieram de Pittsburgh.

Em 2001-02, Jaromir Jagr apareceu fora de forma na pré-temporada e seu ano, apesar de melhor do que as críticas fizeram parecer, foi aquém do que ele já havia mostrado em Pittsburgh neste ponto de sua carreira.

Para esta temporada, Ron Wilson, treinador de mentalidade defensiva, foi demitido. Bruce Cassidy assumiu, montou a linha Bondra-Lang-Jagr, tentando se aproveitar do maior rigor contra a obstrução, tirou Jaromir das linhas de matar penalidade, na tentativa de descansá-lo, e trabalhou no aprimoramento da vantagem numérica.

Parece estar dando certo, com os Capitals tendo se mantido com 100% de aproveitamento após três jogos. Jagr lidera o time em gols, pontos e gols da vitória, Lang lidera em assistências e em mais/menos. Miller vem com um ponto por jogo, entrando eventualmente na linha principal, e Berry já se estabeleceu no time até mesmo no reino de Calle Johansson: a defesa em vantagem numérica.

Parece bom, não? Faltou um detalhe: o contrato de Alexei Kovalev com os Penguins termina neste ano, e ele quer mais de US$ 8 milhões por temporada, US$ 3,6 milhões além do salário atual, para renovar.

3, Washington Capitals, Jaromir Jagr (vantagem numérica) (Rick Berry, Robert Lang), 15:24

Não estranhem se cada vez mais virem jogadores familiares entre si se destacando na liga. Só não esqueçam de notar nos uniformes, pois não foram os Penguins que mudaram para as cores azul e preta.

Thomaz Alexandre vê um futuro (ainda mais) sombrio após a aposentadoria de Lemieux.
 
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Página publicada em 21 de outubro de 2002.